quarta-feira, 21 de agosto de 2013

APRESENTAÇÕES



Sejam bem vindos ao mais novo Livro de Hiago Lins, este é o 9° Trabalho do escritor que escreve para amigos, amigas, fãs do site wix, Twitter, blog oficial e face. A Editora Inteligente que faz parte desde o primeiro livro do escritor, sabe a importância de cada projeto escrito desde então. ETERNO Jhef é uma inovação de tudo aquilo que está escrito anteriormente. Ele contará a história de um amor eterno que nunca foi escrito em todos os livros já feitos pelas obras H.L. Se maravilhe com esta nova história que foi uma das mais esperadas do escritor. Sabemos que a publicação dos livros nos blogs, site e redes sociais é alvo fácil para cópias indesejadas. Todos os livros H.L são reservados e contém direitos autorais decididos e abordados pelo cartório. Expor de forma indesejada ou fazer cópias você estará violando essas leis.

Todos os direitos estão registrados e são de inteira responsabilidade da Editora Inteligente e Hiago Lins 

Editora Inteligente

Pedimos aos bravos leitores que sempre acompanham os trabalhos escritos H.L que nunca forcem à continuar quando sentirem algo nos olhos, sabemos que ler na tela brilhante do PC força um pouco, portanto faça como alguns leitores e fãs do Wix, leiam 2 à 3 capítulos por dia até o livro ser lido por completo, assim, cada dia você ficará ansioso para saber o que irá acontecer adiante. Boa leitura, se emocione com esta nova história de Hiago Lins.             H.L

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Agradecimentos

PRIMEIRAMENTE

A Deus, que é o motivo de todas as minhas ideias, todos os meus esforços como escritor eu devo a ele, todas as histórias, todos os livros prontos. Deus é a inspiração inicial de tudo.

SEGUNDAMENTE

Aos meus leitores e aqueles que se dizem e se auto denominam meus fãs. À todos os leitores do site Wix, do Face book, do Twitter, Msn e claro! não poderia deixar de agradecer a todos os meus seguidores no Yahoo respostas. Que são algo engraçado pra mim, é cada pergunta, sem contar na palhaçada que é as conversas e as mensagens dos seguidores do Wix, obrigado pessoal pelas perguntas, pelo carinho, pelos elogios a cada livro! Valeu mesmo por me acompanharem em tudo.

A TODOS EM GERAL

Durante a espera do lançamento deste livro, foram tantas mensagens de espera, frases de reclamações e isso era bom para mim, eu não via como uma reclamação formal, mas via como uma grande expectativa para o lançamento. Obrigado a Sabrina Lira que esperou, à irmã Dalva que sempre dizia no face que estava no aguardo do livro, ao galeguinho David que também comentava no face nas postagens que se tratava do livro, minha mais nova leitora Claryssa que também irá acompanhar o livro. Fernanda Vicente que me dava uns carões quando eu falava do livro e sobre o fim dele. Enfim, obrigado a todos de verdade, amo quando vocês falam algo relacionado aos meus livros ainda que seja uma crítica. Tudo isso faz parte para correção de um próximo.

Hiago Lins. Fonsêca – 2013

Sumário
PREFÁCIO

1 – Notícia ---------------------------------------------5
2 – Reencontro -------------------------------------- 8
3 – Sonhos ------------------------------------------- 12
4 – Realizados -------------------------------------- 15
5 – Última noite ------------------------------------- 18
6 – De volta ------------------------------------------ 22
7 – Despedida -------------------------------------- 27
8 – A pior nova vida ------------------------------- 31
9 – Tormentos --------------------------------------- 34
10 – Decidir amar ---------------------------------- 37
11 – Os sonhos dele ------------------------------- 41
12 – Inicio de sintomas ---------------------------- 44
13 – Cadeira de rodas ---------------------------- 48
14 – Minutos finais ---------------------------------- 50
15 – Sempre eterno -------------------------------- 53

Prefácio
     Desacelerar foi a palavra que deu início a tão grande história do Jhef, foi também a palavra eu marcou pra sempre a história dos personagens principais. O livro ETERNO Jhef nasceu durante a exibição do filme “Querido Jhon” eu sempre quis escrever uma história dessas, que nos faz emocionar no final, pra mim foi um grande sonho como escritor levar até o fim esta história que foi sem dúvida muito difícil de escrever. Criar uma história que nos emocione é muito difícil, pois há tantos filmes que já nos fazem sentir isso, há tantos livros! Mas na minha mente surgiu uma história diferente, era uma história de um amor que nasceu de um erro no colegial, e depois de se tornar um homem rico, Jhef vai perdendo tudo, ou seja, não os bens materiais, mas os bens em vida! Ele perde sua mãe e seu pai num acidente de carro, depois perde seu melhor amigo a quem tinha grande amor o Zack, e por fim descobre que vai perder a própria vida. Mas ele sabia que nunca iria perder o amor da Jessica, essa história nos retrata isso, se um amor for verdadeiro, nós poderemos um dia perder tudo, mas esse amor sobreviverá mesmo que um dia uma parte dele em vida não exista mais.
     Eterno Jhef será para sempre um livro marcante na minha vida, por todas as noites que eu o lia por completo eu certamente me sentia honrado de ter escrito esta história. Que você possa assim como eu se emocionar com o amor desses dois, um amor que venceu as barreiras da vida, a dor e até mesmo a morte.

Hiago Lins. Fonsêca
Editora Inteligente

2013.


Fique à vontade, começa agora o ETERNO Jhef.

Editora Inteligente e Hiago Lins Apresentam – ETERNO Jhef
...

     Desacelerar, fazer com que nosso amor dure. É o melhor tempo da minha vida, não quero deixar-te pra trás, se estou fora do alcance, sinto tu segurar minhas mãos, se um dia desistirmos nunca olharemos para trás. És tudo que eu sempre quis, mas a vida entrou no meu caminho, és tudo que eu sempre quis e eu não sei como isso pode mudar. Eu sei que hoje ainda há algo a faltar: Nós dois.
- Essa é a música que eu escuto todos os dias, pra lembrar dos momentos marcantes que vivemos! Nossas palhaçadas, os abraços dele eram quentes, ele me aquecia, ele me fazia feliz como nunca ninguém mais fará um dia. Eu nunca o esquecerei e sempre lembrarei o que ele me disse – “A conquista do coração está na mente de cada ser humano, Você estará na minha mente até meu último fôlego de vida”
ETERNOJhefHiago Lins

Escola Dom de Vida 1996

     Jessica era uma garota inteligente, talvez a mais inteligente da escola Dom de Vida, mas nunca foi de     levantar as cantadas dos garotos da escola. Ela era sempre reservada, andava com os mais estranhos da escola. Todos diziam que ela só tinha uma calça, pois ia com a mesma calça desde o início do ano. A única coisa que a fazia   perder o fôlego e a deixava totalmente distraída era somente olhar para Jheffrey, o cara mais garanhão de toda escola.
     Jheffrey era conhecido em toda escola somente por Jhef, já tinha namorado com quase todas da escola, motivo pelo qual Jessica todo dia chorava quando chegava em casa (Ciúmes). Ela pensava nele todos os dias, as vezes quando estava doente até ia pra escola só pra o ver.

...

     Jessica estava na sala de aula, conversando com Marina a sua melhor amiga, o assunto era o de todos os dias, o Jhef.
- Não sei como você pode ser apaixonada por esse cafajeste que já pegou até a diretora se duvidar – disse Marina.
     Jessica respirou um ar de garota pensativa e apaixonada.
- Ai amiga! É algo mais forte do que eu, eu estudei com ele desde pequena e sou louca pela cor da pele dele, e quando ele está fazendo educação física? – disse Jessica fechando os olhos e pensando em Jhef – Nossa! dá vontade de atacar ele e beijar aquela boca, depois arrancar a roupa dele, e me molhar naquele suor!
     Marina ficou abismada com tudo aquilo que ouvia da sua amiga.
- Jessica, que nojo, você vai entrar em depressão por causa desse garoto!
     Jessica abraçou Marina.
- Amiga me ajuda, eu sou louca pelo Jheffrey e eu faria de tudo pra ter uma coisa dele já que ele não me quer.
- Como assim? Uma coisa dele? – perguntou Marina.
- Uma camisa, uma calça ou melhor... uma cueca – disse ela.
     Marina sorriu.
- Como eu vou pegar uma cueca do Jhef? – perguntou Marina.
- Entrando no banheiro masculino, amiga, ele toma banho lá todas as tardes depois da educação física.
- Você quer que eu entre no banheiro masculino pra pegar uma cueca do Jheffrey? Nem morta! Eu nunca faria isto.

...

     Marina entra silenciosamente no banheiro masculino e Jhef estava tomando banho, ela pega a cueca dele e fica olhando o vidro molhado para ver se enxergava alguma coisa.
- Hum... agora eu sei porque ela tem esse desejo – disse Marina.
     Marina saiu com a cueca de Jhef nas mãos sem ninguém ver e foi direto para Jessica na sala de aula. O intervalo estava prestes a ser encerrado. Jessica pegou a cueca de Jhef e chorou.
- Amiga obrigado, era a que ele estava na física hoje! – disse Jessica.
- Só você mesmo né amiga! E olha! Eu vou te dizer hem.... foi difícil não sair daquele banheiro.
     Jessica deu uns tapas de leve em Marina, na mesma hora Jheffrey entra na sala com os seus cabelos pretos molhados. Jessica e Marina se calam na hora, Jessica coloca rapidamente a cueca de Jhef dentro da bolsa, mas com um relance de olhos Jhef vê.
- Oi Jhef – fala Jessica dando um tchau para ele de leve.
     Jhef olha para Jessica e prende o riso pra não rir, a vontade dele era de perguntar “Porque você pegou minha cueca no banheiro” mas teve bom senso e respondeu com educação.
- Oi Jessica, tudo bem com você e sua amiga? – disse ele.
     A voz de Jhef enlouqueceu Jessica na mesma hora, o coração dela disparava a mil por horas.
- Tudo bem sim Jheffrey – disse Marina.
- Ah.... Me chama de Jhef que é melhor – disse ele.
     Marina e Jessica tentam entrar em outro assunto, mas os pensamentos de Jessica era “Minha nossa! Ele está sem cueca” Jhef pegou o seu caderno e antes de sair da sala deu uma piscada de leve para Jessica.
- Ai amiga, ele piscou pra mim – disse Jessica toda feliz.
- Você viu errado amiga, já tá ficando louca é isso?
- Não amiga ele piscou pra mim, eu tenho razão.
- Tá! Vá que seja verdade, você só vai ser mais uma diversão.
- É tem razão! Ele é o meu sonho, mas na realidade seria um pesadelo pra mim.

...

     O dia de aula termina e Jhef reúne seus amigos que eram da mesma sala. Todos eles jogavam futebol no mesmo time, Jhef faz uma aposta com seus amigos e em troca eles faziam uma coisa para ele. Todos concordaram.
     Jessica andava pelo corredor da escola quando Vinícius um dos amigos de Jhef pega a bolsa dela a força e tira a cueca de dentro. Jessica fica assustada na hora e começa a chorar no corredor.
- Olhem só pessoal, a ladra de cuecas! Entrou no banheiro, deu uma rapidinha com um de nossos alunos na escola e depois ficou com a cueca de brinde – disse Vinícius.
     Jessica tentou correr, mas a escola toda estava em círculo rindo da cara dela e a chamando de ladra da cueca. Jessica estava sendo humilhada e zombada por todos, eram risadas e gargalhadas malignas. No mesmo instante Jhef entra naquela roda e abraça Jessica.
- Vem, vamos sair daqui – disse ele saindo puxando ela com nojo.
     Jhef entra com Jessica no carro e vai embora para um terreno florido ali perto, ela chorava muito.
- Desculpa – disse ela.
- O que foi?
- A cueca é sua, eu só quero dizer que peguei porque eu...
- Ei.... Não esquenta! Eu tenho várias em casa – disse ele rindo.
     Jessica tremeu na base como dizem, e olhava para Jhef com aqueles óculos de fundo de garrafa que ela tinha no rosto. Jhef tocou na mão dela e colocou sua boca perto da boca dela com um certo nojo daquele aparelho verde que ela tinha nos dentes. Estava prestes a beija-la quando Jessica diz algo que Jheffrey nunca imaginava ouvir daquela garota desprezível.
- Eu sou louca por você Jhef, eu te amo! – Disse ela.
     Quando ela disse isso uma grande multidão de alunos da mesma escola começaram a jogar ovos nas costas dela. Jessica colocava a mão no rosto e tentava se virar para trás para enxergar a multidão de alunos que a zombavam.
- Você planejou isso? – Disse ela chorando.
     O olhar de Jhef mudou na hora, as lágrimas inundaram os olhos dele, mas não caíram, era tanta pena que ele sentia dela naquele momento que até a sua testa ficou engelhada. Jhef tentava falar algo, mas estava arrependido e com vergonha. No mesmo instante Vinicius chega perto de Jhef e o abraça na frente de Jessica.
- Você tinha razão meu maninho, ela é uma qualquer atirada, iria até rolar um beijo – disse Vinicius rindo para Jhef.
     Jessica correu dali com seus livros todos sujos de ovos que o pessoal tinha jogado, Jhef segura no braço dela.
- Jessica espera... – disse ele muito arrependido.
- Me solta! Não chega mais perto de mim – disse ela chorando e olhando com aqueles olhos de paixão arrependida para Jhef.
     Jessica correu e Jhef correu atrás dela. Jhef a alcançou quase já na pista da cidade.
- Jessica... me deixa falar – disse ele.
- Falar o que? É mais um plano pra rirem de mim? Cadê o seu pessoal Jheffrey?
- Jessica – disse ele abaixando a cabeça – Me desculpa! Eu não tive a intenção eu não sabia que você...
- Não quero mais ver você! Eu pensei que você fosse um cara de bem com a vida, só porque eu sou feia, me visto muito mal, só porque tenho esse aparelho horrível na boca que você acha que eu sou um bicho?
     Jhef tocou na mão de Jessica e ela se distanciou.
- Não! Você não é um bicho – disse ele.
- Mas hoje você me tratou como se eu fosse um.
- Olha... me perdoa, por favor.
     Jessica olhou para Jhef e balançou a cabeça em sinal de “Sim” e seguiu adiante. Jhef ficou ali naquela rua com os carros ao seu redor, ainda arrependido e pensando no que Jessica tinha o dito. Logo depois Vinicius chega perto de Jhef e dá o dinheiro da aposta.
- Você venceu cara! A pata feia do colégio quase te beijou e caiu na sua, tá aqui a tua parte na aposta – Disse Vinicius para Jhef.
     Jhef olhou para Vinicius com um olhar mudado!
- Engole o dinheiro da aposta, pode ficar com tudo – Disse Jhef indo embora dali.
     Vinicius não entendeu nada e olhou para Jhef indo embora com uma cara estranha.

01- Noticia
     Os dias se passavam e Jessica não estava indo mais à escola, Jhef fica pensativo ao saber que o porquê dela não ir mais era ele e seu plano que nunca iria se perdoar. Naqueles mesmos dias surgiu um boato que Jhef tinha ganhado uma bolsa de estudos fora do país, Jessica ficou agoniada, investigou e descobriu que tudo era verdade. O coração dela não sabia se pulsava já de saudade ou de tristeza. Dois meses e meio se passaram e era chegada a hora de Jheffrey partir, de longe Jessica viu ele entrar no carro que o levaria para o aeroporto.  Jessica se encosta na porta de sua casa e chora ao ver o amor de sua vida ir para longe.
     Zack o melhor amigo de Jhef que também estava com ele dentro do carro, mas que só iria acompanhar o amigo até o aeroporto percebeu o olhar de triste do amigo.
- O que foi Jhef? Tá triste? – perguntou Zack
- Não! – falou Jhef mentindo para Zack não se preocupar.
- Eu sei quando você mente Jhef, qual é cara eu sou teu amigo, teu irmão, teu mano!
     Jhef abraça Zack dentro do carro.
- Vou morrer de saudade de você – disse Jhef chorando.
- Ei... sabe que eu também né!
     Jhef olha para Zack e respira fundo.
- Conhece a Jessica? – pergunta Jhef.
- Sim, a pata feia do colégio?
- Não fala assim, quando você voltar pra cidade, diga a ela que eu sou muito agradecido pelo perdão que ela me deu.
- Direi – disse Zack.
     Jhef depois de alguns minutos após chegar no aeroporto, entra no avião e se vai. Zack volta pra cidade e toca a campainha da casa de Jessica.
- Oi Zack – disse ela.
- O Jhef pediu pra dizer que ele é muito agradecido pelo perdão que você concedeu a ele.
     Jessica deixou cair uma lágrima do seu olhar.
- Tá certo! E ele já foi? – perguntou ela.
- sim.
- E quando volta?
- Ele não volta Jessica, eu sinto muito! – disse Zack indo embora.
     Jessica fica acabada na hora e chora bastante fechando a porta, chega até ficar sentada no pé da porta de tanta tristeza.

Fernando de Noronha  2013  17 Anos depois

     Seis horas da manhã era a hora que o despertador acordou Jhef naquele dia. Abriu os olhos e acordou também as duas mulheres que estavam com ele na cama.
- Levanta meninas – disse Jhef com a voz de sono.
- Deixa a gente ficar mais um pouquinho gatão – disse uma delas.
- Não! Melhor não, eu tenho que ir pra empresa garotas.
     As mulheres levantaram-se e se foram. Jhef foi ao banheiro e jogou água no rosto e escovou os dentes, se olhou no espelho e enxergou o cara mais convencido que conhece, ele mesmo.
- E então gatão tudo bom? – disse ele mesmo para o espelho.
     Jhef era sempre palhaço. 17 anos se passaram desde o dia que saiu de sua cidade natal, a pessoa que pelo qual ele sentia mais falta fora seu pai e sua mãe era o Zack. Eles conversavam por web can. Jhef era dono de uma empresa onde vendia celulares, computadores e aparelhos de última geração na cidade de Noronha.
     Jhef chega na empresa e sua secretária vem em sua direção.
- Senhor Jhef tem uma carta pro senhor na sua mesa, é da sua cidade! – disse a secretária.
     Jhef coloca cara de surpreso e entra na sala, pega a carta nas mãos e vê que era do Zack, no mesmo instante ele sorri e abre a carta, no mesmo instante que lia aquela carta o sorriso dele se tornava em tristeza e choro.

De seu amigo Zack

     Jhef eu sei que a gente se fala por internet e você deve estar até achando estranho eu te escrever, é que... Desculpa maninho, eu nem sei como te explicar isso é que... Eu só quero dizer que eu sei que não foi culpa do seu pai, o outro carro invadiu a pista contrária e, eu sinto muito Jhef, seu pai e sua mãe não resistiram.

     Jhef chorava de dor e tristeza naquele momento, por alguns minutos ficou tonto e se sentava na sua poltrona. A secretária entrou na sala e viu Jhef chorando, logo chegou perto dele e lhe perguntou o que se passava.
- Meus pais morreram Katia, o enterro será amanhã – disse ele chorando.
     Katia a secretária abraçou Jhef e o consolidou. Jhef pegou sua pasta e foi para seu apartamento, chegando lá começou a olhar as fotos de sua mãe com seu pai e chorou mais ainda, fez uma pequena mala para sair de Fernando de Noronha no outro dia e chegar a tempo no enterro de seus pais.
     O dia amanheceu e Jhef estava no aeroporto enfrentando uma greve de aviões, o desespero de não pegar a despedida de seus pais entrou no coração de Jhef e ele alugou um avião particular que lhe custou muito caro. Jhef pousou na sua antiga cidade e percebeu que tudo havia mudado. Olhou a hora e já estava atrasado.
     Jhef corria como um louco chorando no meio da cidade, algumas das meninas do colegial o reconheceram. Jhef chega ao cemitério todo suado e respirava com grande força, todos que estavam ali se viraram para ver Jhef, um caminho se abriu entre as pessoas que estavam vendo os caixões descerem à terra e Jhef passou pelo meio de todas aquelas pessoas.
     Os bocejos e as vozes das pessoas eram nítidas.
- Olhem é o Jhef, a anos ele não vinha aqui – Falavam as pessoas.
     Caiu ao chão e aos prantos, sujou toda sua calça com a areia daquele cemitério. Todos esperavam ouvir a voz de Jhef novamente, os olhares daquela gente perceberam como Jhef estava diferente, barbudo e bonito como sempre. Ninguém falava nada.
- Perdão, perdão por estar longe quando tudo aconteceu, não tive tempo de dizer adeus, não tive tempo de tocar em tuas mãos... pai, mãe hoje sou o homem que vocês queriam sempre que eu fosse, mas vocês nunca mais me verão e nem eu a vocês, se pudesse ir junto com vocês eu iria pra matar a saudade que tive em todos esses anos, mas não posso me aprofundar no novo mundo de vocês agora. Perdão, eu vou amar vocês pra sempre...
     Jhef falava quando uma mão tocou seu ombro esquerdo. Jhef olhou e era Zack chorando, Jhef abraçou as pernas de Zack e chorava forte, Zack levantou o amigo e o abraçou.
- Meu amigo... Eles se foram, não tem como ir junto... ei fica comigo, eu estou aqui – falava Zack para amparar o amigo.
     Os caixões começaram a descer a terra e Jhef desmaiou, Zack pegou o amigo nos braços e o levou para longe das catacumbas, Jessica que estava no enterro viu toda a cena, mas não chegou perto.

02- Reencontro
     Zack tentava acordar o amigo, quando Jhef abriu os olhos os caixões já estavam abaixo da terra.
- Eles se foram? – perguntou Jhef.
- Sim Jhef, acabou agora – disse Zack.
     Jhef chorou no ombro do amigo.
- Me leva embora daqui Zack, por favor!
- Tá certo! Vamos embora maninho.
- Me leva pra longe – pediu Jhef.
     Zack levantou Jhef e os dois se foram. O pessoal que estava no enterro também saiam do cemitério, Jessica olhava Jhef de longe e ficou impressionada como ele estava mais lindo ainda.
- Olha amiga! Como ele está lindo – disse ela
- Estou vendo que a paixão antiga voltou – disse Marina.
- Nunca! – disse Jessica andando depressa.
     Zack e Jhef foram até um lugar que eles costumavam a ir quando crianças, Zack tentava fazer Jhef se alegrar um pouco ao lembrar da infância, mas Jhef estava abalado com o enterro ainda. Jhef e Zack voltaram e Zack hospedou Jhef na sua casa. A noite chegou e os dois conversavam no quarto como dois adolescentes revivendo e relembrando com palavras o tempo do colegial. Foram dormir quase pela manhã, um novo dia veio e Jhef levantou cedo e fez um café da manhã para ele e Zack.
- Nossa! Contratou uma empregada pra mim? – perguntou Zack olhando a mesa.
- Se chama isso de tarefa de uma empregada, prazer sou eu – disse Jhef sorrindo e abraçando o amigo.
     Os dois tomaram café juntos e logo depois Jhef foi até a porta pegar o jornal.
- Zack, Zack vem aqui rápido – disse Jhef chamando Zack para a porta.
- O que foi? – perguntou Zack chegando perto.
- Quem é aquela linda mulher que está ali varrendo o jardim? – Perguntou Jhef apontando para Jessica.
- Jhef, você não está reconhecendo?
- É pra reconhecer?
- É a Jessica! – falou Zack.
     Jhef parou no tempo na mesma hora e ficou olhando Jessica de longe.
- Ela está linda! Eu nunca vi mulher tão linda como ela agora – disse Jhef.
     O coração de Jhef acelerou forte, ele se arrepiou e sua vontade era de ir lá.
- Vai até lá! – disse Zack.
- Não! Você está louco?
- Porque?
- Eu.... Eu não sei porque, vamos entrar – disse Jhef entrando.
     Zack também entrou e ficou sorrindo.
- O que foi Zack?
- É a primeira vez que eu vejo você com medo de chegar em uma mulher.
- Ei... As pessoas mudam sabia? – disse Jhef sorrindo muito.
- Você é um conquistador Jhef eu sei disso!
     Jhef se virou, pensou, sorriu de leve e concordou com o amigo.
- Tá certo, a noite eu vou lá – disse ele.
- Esse é o meu garoto – disse Zack.
     A noite chegou e Jhef estava no quarto colocando o seu perfume e se arrumando para encontrar Jessica, Zack entra de toalha no quarto, tinha acabado de tomar banho.
- É um encontro? – perguntou ele.
- Não! Eu só quero me arrumar direito.
- Tá certo! Não deixa de ser um encontro – diz Zack tirando onda.
     Jhef olhou para Zack do espelho com cara de zoado.
- Você sente falta da farinha de trigo Zack? – perguntou Jhef.
     Zack sorriu.
- Nem um pouco – respondeu ele.
- Que bom – disse Jhef saindo do quarto e indo até a cozinha.
     Jhef pegou um pacote de farinha de trigo e subiu para o quarto de novo. Quando abriu a porta Zack estava sem toalha.
- Ei... Jhef eu estou nú! – disse Zack.
     Jhef sorriu e rasgou o pacote de farinha de trigo.
- É... Como antigamente Zack – falou Jhef derramando toda a farinha de trigo em Zack e sorrindo.
     Zack ficou todo sujo, estava todo branco. Zack correu atrás de Jhef todo sujo de farinha de trigo. Jhef sai e fecha a porta, zack sobe e toma outro banho.
     Jhef chega na porta de Jessica e toca a campainha, quando Jessica abre a porta ela toma um susto e treme na hora ao ver Jhef na sua frente, na sua porta.
- Boa noite! – diz Jhef
- Boa noite, o que faz aqui – perguntou ela.
- É... Eu... A gente tem um assunto pendente não é? – pergunta ele.
- Não! Não temos.
- Porque não?
- Porque eu já te perdoei quando você me mandou o recado pelo Zack.
- Você está... Está mudada – disse Jhef com medo de dizer Linda.
- Obrigado Jheffrey – Disse Jessica.
- Você não quer conversar um pouco? Andar um pouco pela cidade, como amigos?
- Não dá! O meu namorado tá vindo aqui daqui a pouco, a gente vai sair pra jantar.
     Jhef olha para Jessica e quase chora.
- Tá certo, desculpa bater aqui sem te avisar, eu não sabia. Boa noite.
     Jessica se arrepiou ao ouvir a voz de Jhef e fechou a porta. Jhef foi embora e quando abriu a porta Zack derrubou café em pó na cabeça dele.
- Zack, café tem um cheiro ruim – gritou Jhef todo sujo – Não dava pra ser uma vingança com açúcar ou até mesmo farinha de trigo também?
- Tudo que vai branco, volta preto Jhef – disse Zack sorrindo.
     Jhef e Zack caem na gargalhada dentro da sala.

...

     Um novo dia amanhece e Jhef abre os olhos, Zack estava na cozinha comendo algo.
- Você sempre assim né? Come mais que um elefante – disse Jhef.
- E você sempre acordando tarde! – disse Zack
- Nem me fale! Esses dias longe da empresa estão sendo maravilhosos.
- Eu também estou achando isso! – disse Zack abraçando Jhef.
     Jhef apertou Zack no abraço.
- Eu senti tanta falta de você, você era o único que me compreendia, que andava comigo na escola – falava Zack.
- Ei... Eu sempre estive longe, mas nunca deixei a nossa amizade morrer, quem é irmão uma vez na vida não deixa de ser nunca – disse Jhef emocionado.
     Zack solta Jhef e vai abrir a janela, ele vê Jessica saindo de casa para ir caminhar.
- Jhef, olha só quem está indo caminhar – disse Zack.
     Jhef olha pela janela e corre para o quarto, lá veste uma bermuda e uma camiseta e sai para acompanhar Jessica. Jhef fica com vergonha de chegar perto de Jessica e deixa ela se distanciar um pouco na caminhada. Jessica pega o celular e começa a ligar pra alguém, de repente numa botada rápida e esperta um ladrão pega o celular da mão dela e corre. De longe Jhef vê o ladrão e corre atrás dele. Jhef corria como ninguém, o ladrão viu que Jhef estava atrás dele e começou a correr mais rápido. Até que não conseguiu mais correr e se virou para Jhef que já estava bem perto.
- O que você quer cara? – perguntou o ladrão.
- Me dá o celular da moça – disse Jhef com cara de mal.
- Então vem pegar play boy.
     Jhef se atirou nos peitos do ladrão o derrubando no chão, Jhef deu muitos murros nele até ele correr e deixar o celular de Jessica no chão. No mesmo instante Jhef pega o celular de Jessica e vê o seu papel de parede, lá estava uma foto dele sem camisa no tempo do colegial.
- Obrigado Jhef – fala Jessica dando um susto nele.
- Você estava aí vendo tudo?
- Eu vi a briga de longe, mas agora pode me dar o celular?
- Claro! – disse Jhef sem graça.
     Jessica começou a caminhar de volta pra sua casa.
- Eu posso te acompanhar até em casa? – perguntou ele.
- Pode sim e.... Deixa pra lá! – falou ela toda sem graça.
- Não! Pode falar o que queria dizer.
     Jessica para de andar e no mesmo instante abraça Jhef, o coração dele gelou na hora, mas o calor do corpo de Jessica o esquentava, Jhef se arrepiou por completo ele podia sentir o coração dela pulsando forte.
- Obrigado de verdade! Hoje às oito horas pode passar lá em casa para me pegar pra jantar, se o convite ainda estiver de pé – disse ela.
- E o seu namorado? – perguntou ele.
     Jessica sorriu e abaixou a cabeça.
- Não tenho nenhum namorado.
     Jhef sorriu e tentou disfarçar a alegria.
- Tá certo, passarei lá com certeza – disse ele.
     Os dois continuaram a caminhar até cada um chegar em casa.

03- Sonhos
     A noite chegava e Jhef se aprontava como se fosse ir para um casamento, Zack o ajudava a se produzir.
- Se você não pegar ela hoje não irá pegar nunca mais – disse Zack.
- Zack, mais respeito!
- Nossa! Você está mudado mesmo hem?
     Zack ajeitou o cabelo de Jhef.
- Pronto, agora você está um lindo da vida! – disse Zack.
- Valeu Zack, me deseja boa sorte cara – disse Jhef.
- Boa sorte amigão – disse Zack.
     Jhef bateu na porta de Jessica e quando ela abriu, ele respirou fundo. Tudo nela estava lindo, algo que começava pelo penteado até o salto. Aquele vestido amarelo que parecia até fios de ouro deixou Jhef impressionado.
- Você está linda! Eu não sei nem o que dizer...
- E você também, o homem dos sonhos – disse ela ficando vermelha.
     Jhef estendeu a mão para Jessica e abriu a porta do carro para ela, ela olhou para ele e sorriu.
- Não sei como o Zack te emprestou o carro dele – disse ela.
- É... Eu e ele temos uma relação de irmãos, nós fizemos um pacto desde pequenos que tudo que um dia fosse meu e dele nós não rejeitaríamos em emprestar quando se fosse preciso – disse Jhef.
- E você? Tem carro!
     Jhef sorriu.
- Você pode até achar estranho, mas... Eu tenho quatro – disse ele sorrindo – Eu sou fissurado em carros, toda vez que lança um novo eu quero, eu tento deixar essa mania, mas não dá! Só não vim com um deles porque iria perder o enterro dos meus pais, mas vamos nessa? Esta noite será muito longa ainda!
     Jhef dirigiu até o restaurante mais caro da cidade, o jantar foi lindo e marcante para os dois, conversaram bastante, riram como nunca! Já era quase dez horas.
- Bom! E você o que tem feito pra ter tantos carros assim? – perguntou Jessica.
     Jhef riu.
- Eu sou dono de duas empresas em Fernando de Noronha, empresas de tecnologias.
- Nossa eu não sabia!
- E você tem algum sonho ainda pra se realizar? – perguntou ele.
     Jessica abaixou a cabeça e retornou a olhar para Jhef.
- Os meus sonhos não são muito altos, quer dizer... somente um é alto!
- E eu posso saber qual é este sonho tão alto? – perguntou Jhef.
- Escalar uma montanha – disse ela sorrindo.
     Jhef caiu na gargalhada com ela.
- É sério? – disse ele parando de rir.
- Sim, é sério! Os meus sonhos se resumem em tudo que eu queria fazer com o meu pai, mas não deu.
     Jhef pegou na mão dela por cima da mesa.
- E eu posso saber estes sonhos na ordem? – perguntou Jhef
- Pode sim, mas antes vamos embora daqui, no carro eu conto – disse ela.
- Tá certo!
     Jhef pagou a conta e os dois se foram. Entraram no carro e Jhef levou Jessica para um lugar lindo, era uma montanha que dava pra ver a cidade inteira. As luzes naquela escuridão faziam uma paisagem iluminante.
- Estou curioso agora – disse ele.
- Desde pequena que tenho o sonho de dirigir, na época que minha mãe estava doente e que meu pai já tinha morrido, ele deixou o carro, mas eu não sabia dirigir, todas as vezes que a minha mãe precisava ir para o hospital, a gente tinha um carro, mas eu não sabia dirigir.
- Ei... Calma, eu acredito que você fez de tudo pra ajudar!
- O segundo sonho eu já disse, que é escalar uma montanha e quando chegar lá em cima fazer uma oração! O terceiro é por um instante cantar em um palco com pessoas me vendo, pra ver somente um gostinho do que os cantores sentem e o último é....
     Jessica parou de falar.
- Pode dizer, qual é o quarto e último sonho? – perguntou Jhef.
     Jessica olhou bem fundo nos olhos de Jhef.
- O Último sonho é ter você comigo – disse ela.
     Jhef amoleceu na hora, seus olhos se encheram de lágrimas, ele abraçou Jessica no mesmo minuto e tentou beija-la, mas ela evitou e fugiu, não querendo o beijar.
- O que foi? Porque não quis que me beijar – perguntou Jhef.
- Porque eu não posso mudar a ordem dos sonhos! – Disse ela.
     Jhef deixou uma lágrima cair.
- Tudo bem, vamos embora? Já tá tarde! – disse ele.
     Jhef levou Jessica para casa e se despediram com um beijo no rosto.
- Jessica! Vamos sair de novo qualquer dia desses? Eu tenho duas semanas até voltar pra Noronha e retomar minha vida.
- Quando você quiser Jhef – disse ela.
     Jhef voltou pra casa feliz da vida e decidido a realizar todos os sonhos de Jessica para só assim chegar no último sonho. Jhef contou tudo a Zack sobre o jantar, os sonhos dela, a conversa foi de madrugada a dentro.

...

     Uma nova semana se iniciava e mais um novo dia, Jessica acordou com o som da buzina que vinha do lado de fora de sua casa.
     Ela levantou e foi até a janela.
- Está pronta pra nossa primeira aula? – disse Jhef com a porta do carro aberta e Zack do lado.
     Jessica sorriu e entrou de volta, trocou de roupa, escovou os dentes, pegou uma maçã e saiu. Abraçou Jhef e Zack.
     - E então, pode entrar e pegar no volante – disse Jhef sorrindo.


04- Realizados
     Jessica entrou no carro e tremeu ao pegar pela primeira vez no volante, Jhef sentou do lado dela e Zack no banco de trás.
- Cuidado com o meu carro você dois hem! – disse Zack.
     Jhef olhava para Jessica como se quisesse dizer algo.
- Tá preparada? – perguntou ele com voz de apaixonado.
- Acho que estou – respondeu ela.
     Jhef ensinou Jessica passo a passo sobre as regras básicas, começando a ensina-la a olhar pelos espelhos retrovisores, mostrou-lhe a embreagem, freio e acelerador, a fez saber como passar as machas e logo em seguida bem devagar Jessica começou a tirar o carro do lugar. Jhef ficou orgulhoso de ver Jessica aprendendo passo a passo a cada dia a dia.

...

     Já era sexta feira, o quinto dia de auto escola e Jessica já estava dirigindo como uma iniciante de ouro. Jhef sabia que Jessica aprendia as coisas rápido.
- Bom! Agora que você já tá sabendo dirigir, vamos passar pra segunda etapa dos seus sonhos – disse ele.
     Jessica abraçou Jhef bem forte.
- Você tinha que vir até aqui, sair da sua nova cidade, entrar de volta nos meus pensamentos, no meu passado, nas minhas lembranças, vir até aqui pra realizar os meus sonhos. Eu sempre soube que de alguma forma a minha vida estava colada a tua – disse ela enxugando as lágrimas.
     Jhef também não aguentou e se emocionou, Jessica aproximou a boca perto da boca de Jhef e ele tremeu por completo.
- Não podemos alterar a ordem dos sonhos – disse ele se saindo devagar.
     Jessica sorriu! E deu dois passos para trás.
- Zack vamos logo, se não vamos nos atrasar! – gritou Jhef.
     Zack saiu todo de preto, com um óculos escuro no rosto, parecia até um exterminador do futuro. Jessica sorriu bastante e Jhef ficou impressionado.
- O que foi? O que ela está rindo? – perguntou Zack.
- Eu não sei cara... – Disse Jhef prendendo o riso.
- Dizem que em cima de uma montanha é quente pra caramba sabia? – disse Zack sorrindo.
     Os três entraram no carro e Zack dirigiu até o parque da escalagem que ficava em outra cidade vizinha. Eles foram submetidos a uma aula primeiro antes de irem para as montanhas. Conheceram os equipamentos e logo depois seguiram.

...

     O trabalho de escalagem começou e Jessica não se desgrudava de Jhef, ela tremia muito, mas a rocha era forte e em todos os lugares que eles pisavam se sentiam seguros. Quase vinte minutos depois eles chegam ao topo, Jhef pingava de suor, Zack estava quase colocando o coração pra fora da boca e Jessica estava chorando ajoelhada no chão daquela rocha.
     Jhef abraçou Jessica e enxugou as lágrimas dela. Ela não parava de chorar de emoção.
- Obrigada Jhef, obrigada mesmo por este sonho realizado – disse ela.
- Ei... Você está aqui, ver o teu choro de emoção já me agradece pelo resto da vida – disse ele.
     Jessica solta Jhef e começa a fazer uma oração, enquanto ela ora, Jhef e Zack se abraçam e tiram fotos naquela paisagem exuberante. Jessica acaba a oração e tira fotos com Jhef e Zack. Talvez as fotos mais lindas da vida dos três.
     Jhef, Zack e Jessica descem a montanha e retornam ao carro, agora quem voltou dirigindo foi Jessica. Os três foram para uma lanchonete e lá terminaram o resto do dia marcante! Voltaram pra casa, Jessica agradeceu mais uma vez ao Jhef e lhe deu um beijo na bochecha.
- Obrigado – Disse ele com o beijo.
- Até amanhã Jhef – disse ela.
- Até! – respondeu ele piscando o olho para ela.
     Jessica entrou em casa e pulou de alegria ao perceber que ele estava caído e arriado os quatro pneus por ela. Jhef entrou na casa de Zack e ele estava tomando banho! Sentou-se no sofá e esperou o amigo acabar para só assim ir tomar também o seu banho.

...

     Os dias passaram, foi-se o Sábado, o Domingo, a Segunda, a Terça, a Quarta, a Quinta e Jhef estava arriado, era uma dor que estava na sua coluna, não podia nem levantar. Jessica e Zack estavam cuidando dele. Mesmo doente na cama, Jhef queria realizar os outros dois sonhos de Jessica, pois sabia que tinha que ir embora no próximo Domingo e já era Sexta- Feira.
- Jessica, desculpa por estar nesta cama com esta coluna velha que só me traz problemas, eu queria estar realizando mais um de seus sonhos – disse ele.
- Ei... Não esquenta! Você já realizou os dois primeiros, estar com você aqui é a realização de todos os outros – respondeu ela.
     Zack entrou no quarto.
- Bom... Vamos parar com essa gabação, chegou a sopinha – disse Zack.
- Ah não Zack, essa sopa sem gosto não – disse Jhef.
     Jessica sorriu.
- Você vai querer tomar por bem ou por mal? – perguntou Zack.
- Zack, meu amigo, meu irmão, meu mano eu não quero tomar esta sopa.
     Zack pegou um funil que estava em cima da mesinha do quarto.
- Eu vou amarrar esse funil na sua boca e você vai tomar esta sopa de goela a baixo – disse Zack com cara de amigo preocupado.
     Jessica pegou o prato de sopa e fez com que Jhef tomasse toda. Depois de Jhef ter dormido, Jessica se despediu de Zack e foi embora.

...

     Mais um Sábado chegou, era o penúltimo dia de Jhef na cidade. Ele amanheceu com a coluna bem melhor, Zack teve um susto quando viu Jhef na cozinha comendo.
- Como você chegou até aqui? – perguntou ele.
- Eu tenho duas pernas sabia? – disse Jhef.
     Zack sorriu e ficou feliz por ver o amigo de pé.
- Depois você arruma minhas malas pra mim amigão? – pediu Jhef.
- Claro! Tá chegando a hora né? Mais uma vez eu vou ver o meu maninho partir pra longe de mim. Mais uma vez eu vou ficar sozinho aqui nesta cidade – disse Zack.
     Jhef abraçou Zack e o apertou forte.
- Ei... Você tem a Jessica agora – falou Jhef.
- Eu que pensei que ela iria juntar as nossas vidas pra sempre!
- Eu sempre vou estar com você Zack, em todas as horas, em todos os minutos, ei... Não chora! Eu te amo sabia irmão? – fala Jhef.
     Jhef e Zack assistem um filme de terror durante o dia. A noite vinha chegando e Jhef estava todo arrumado!
- Onde o bonitão vai? – perguntou Zack.
- Onde eu vou não! Onde nós três vamos – respondeu Jhef.
     Zack trocou de roupa e os dois passaram na casa de Jessica. Ela abriu a porta e saiu toda produzida, entrou no carro e os dois ficaram admirando a beleza dela.
- Qual é pessoal? Vão ficar me babando? – disse ela sorrindo.
     Jhef dirigiu até um bar, os três entraram para iniciar uma noite de muita dança e surpresas.

05- Ultima Noite
     A noite estava maravilhosa, os três dançaram muito no meio do povo, Zack arrumou uma mulher e beijou muito. Quando deu 21:00 horas Jhef subiu no palco e pegou o microfone.
- Desculpa por estar atrapalhando a noite de vocês, o clima de romance, mas entre nós aqui nesta noite existe uma mulher que arrebatou meu coração, que faz ele bater mais forte e esta mulher tem um sonho. Seu sonho é estar aqui como eu estou e cantar... Por isso eu chamo aqui neste palco... Jessica – gritou Jhef.
     O povo começou a aplaudir, Jessica subiu no palco e Jhef desceu ficando junto de Zack. Jessica pegou no microfone e tremeu, virou-se e deu ao maestro o nome da canção e o tom.
- Pra você Jhef – disse ela com o olhar apaixonado.
     O piano começou a ser tocado, o som do violino emocionou todos naquele lugar, mas a voz de Jessica foi que chamou a atenção de todos.
- A voz dela é linda – Disse Jhef.
     Jessica cantava com a alma, com o coração e com seu amor.

Eu não posso dormir à noite
Estou parada ao lado do telefone
Sabendo que você não está sozinho
O amor está ao seu lado
E eu apenas tento esconder
Tudo o que eu sinto por dentro

Eu posso sentir a química
Quando você está perto de mim
Me sinto como um navio perdido em um oceano
Está difícil ignorar. Não é mais como antes
Eu sei que é loucura, mas eu quero mais

     Jessica cantava olhando para Jhef, ela não escondia o seu amor.

Queria estar perto de você e sentir todos
Os seus movimentos
Nunca quis me sentir desse jeito
Talvez você esteja ao meu lado algum dia
Eu queria estar perto de você e sentir o seu Toque
Por que ele não sente o que eu sinto
Então saiba o quanto eu quero isso
Quero muito

Eu sou a única culpada
Tentando explicar
Mas isso vai me custar muito
Seu coração está ocupado
Tentando virar a maré
Mas o tempo nunca está do meu lado
Eu desejo poder estar
Apenas perto de você

     Jessica acabou de cantar e todos aplaudiram, Jhef ficou mais apaixonado ainda. Jessica desceu do palco e abraçou Jhef.
- Vem comigo – disse ela puxando Jhef no meio da multidão.
     Jessica levou Jhef até o lado de fora do Bar, era um beco mera iluminado, com aquelas lamparinas vermelhas da china. Um clima de romance pintou.
- Porque me trouxe aqui? – perguntou Jhef olhando para os olhos dela.
     Jessica olhava para a boca de Jhef.
- Eu te trouxe aqui pra realizar o meu quarto sonho – disse ela encostando seus lábios nos lábios de Jhef devagar.
     Jhef coloca seus braços por trás de Jessica e a aperta. O beijo acontece, era um beijo forte, para eles tudo ao redor sumia, pensamentos fortes e afagantes, até Jhef abaixar a cabeça. Jessica olhou para Jhef de cabeça abaixada, ela levantou a cabeça dele com seus dedos que ainda estavam perfumados.
     Jhef estava chorando, seus olhos estavam cheios de lágrimas.
- O que foi Jhef? – perguntou ela.
- Não há momento e nem palavras que explique o que eu senti agora – disse ele olhando fundo no olhar dela.
- Porque choras Jhef?
     Jhef abraça Jessica e enxuga o choro.
- Eu vou embora amanhã Jessica! – falou ele caindo no choro novamente
     Jessica soltou os braços de Jhef devagar e deixou ele ver suas lágrimas também caírem. Jhef não falou mais nada ao ver a tristeza no rosto de Jessica.
     Jessica vai embora deixando Jhef sem palavras naquele momento, parecia que ele estava grudado naquele chão de tanta tristeza. Entrou de volta no bar e puxou Zack.
- Zack, vamos embora – disse ele chorando.
- O que foi irmão? Aconteceu alguma coisa? Tá passando mal?
- Não Zack, vem comigo por favor – disse ele.
     Zack voltou pra casa com Jhef, por sua vez Jhef contou tudo a Zack e o amigo o consolou.

...

     Zack arrumou a mala de Jhef, pois ele iria ir embora no dia seguinte bem cedo.
- Maninho, a tua mala está pronta – disse Zack.
- Obrigado irmão – disse Jhef com voz triste.
     Jhef estava na varanda com o violão e Zack sentou perto dele.
- Tá pensando nela né mano – perguntou Zack.
- Estou Zack, se você visse a cara dela de tristeza.
- Lembra quando a gente tinha uns 16 anos, que a gente sentava nesta varanda e pegava no violão como está agora, e a gente criava músicas até tarde da noite, algumas saiam perfeitas, outras não! Mas o que importava era que a gente criava as músicas, os ritmos, as melodias, os tons – falava Zack.
     Jhef chorava ao lembrar de tudo que Zack estava falando.
- Então maninho! A Jessica está bem perto de nós, então porque você não canta neste momento? Uma canção que ela nunca escutou, uma canção que ela nunca pensou, uma canção sua, criada neste momento, nesta hora, e com certeza ela irá te ouvir – disse Zack entrando e deixando Jhef sozinho na varanda.
     Jhef apertou o violão e chorou, começou a tocar com todo seu amor, com toda harmonia, era uma canção que estava vindo naquele momento de dentro da sua alma. No momento em que Jhef começou a tocar as cordas do violão, Jessica abriu sua janela e ficou admirando Jhef cantar. O olhar dela era apaixonante, algo que dava mais inspiração a Jhef.

Desacelerar, fazer com que nosso amor dure
É o melhor tempo da minha vida, não quero deixar-te pra trás.
Se estou fora do alcance, sinto segurar-te minhas mãos
Se um dia desistirmos nunca olharemos pra trás
Nunca olharemos pra trás!

Jessica chorava de emoção ao ouvir aquela música feita na hora somente para ela.

És tudo que eu sempre quis, mas a vida entrou no meu caminho
És tudo que eu sempre quis e eu não sei como isso pode mudar!
Eu sei que hoje ainda há algo a faltar, nós dois!

- Eu fiz pra você – disse ele quando acabou de cantar.
     Jessica enxugou as lágrimas e agradeceu a Jhef, depois entrou e não saiu nem para lhe dar um abraço.

...

     Amanheceu e Jhef abriu os olhos devagar, Zack já estava puxando o lençol dele.
- Acorda bonitão, chegou a hora da despedida! – disse Zack
     Jhef sorriu e levantou devagar.
- Que horas são? – perguntou Jhef.
- São sete da manhã Jhef e o seu taxi já está te esperando lá fora.
     Jhef foi até o banheiro e escovou os dentes, depois de se aprontar, desceu até a cozinha e comeu algo. Saiu e desceu os três degraus da casa de Zack, do lado de fora estavam o taxista e Zack conversando. As malas já estavam no carro.
     Jhef abraçou o amigo e o apertou forte.
- Eu te amo irmão – disse Jhef.
- É... Eu sei disso, por isso que também te amo mano!
     Jhef entra no carro e aperta a mão de Zack, o carro começa a andar e Zack chora. De repente Jessica fica na frente do carro e o taxista freia.

06- De Volta
     Jessica olha Jhef pelo vidro do carro e Jhef se arrepia ao vê-la. Jessica vai até ao lado de Jhef.
- Eu sempre soube que você se arrependeu de verdade quando mandou suas desculpas pelo Zack na época do colegial, eu tentei aprender a viver sozinha sem você perto de mim, sem seu cheiro, sem seu jeito, seu tua voz. E eu consegui, mas duas semanas atrás quando te vi de novo, meu coração acordou pro amor novamente, a chama que ardia em mim reacendeu. Eu sempre fui apaixonada por você Jhef, eu não via minha vida sem você, você é lindo, você é o único homem que fez meu coração saber o que era amor! Por isso eu vim aqui, pra dizer que eu te amo! – disse ela
     Jhef ficou emocionado ao ouvir tudo aquilo.
- Volta por mim Jhef, volta pra mim – disse ela chorando.
     Jhef chora também e coloca sua cabeça pra fora da janela do carro beijando Jessica.
- Eu volto, eu prometo que volto – diz Jhef – Mas agora tenho que ir, não posso deixar meus funcionários e minha equipe esperando!
     Jessica sorriu e beijou Jhef mais uma vez.
- Eu te amo – falou Jhef com um olhar avassalador.
- Obrigada por realizar os meus sonhos, agora que todos acabaram eu... – tentou falar Jessica, mas Jhef a interrompeu.
- Ei... Eles não acabaram, seus sonhos começam a partir de hoje – Disse Jhef.
- Agora vai, eu estou te esperando sempre! – disse ela.
     O carro se vai, Zack abraça Jessica. Jhef começa a sorrir dentro do carro que sumia na pista daquela cidade.

Fernando de Noronha   HOJE

     Jhef chegou na sua empresa e todos o abraçaram, o pessoal da empresa gostava muito de Jhef. Enquanto Jhef estava fora, eles cuidaram da empresa com muita dedicação. Depois de um longo dia de trabalho, Jhef foi pra casa, chegando lá, duas mulheres estavam no seu quarto o esperando. Jhef costumava a fazer isso antes de reencontrar Jessica.
- Oi gatão? Você voltou pra nós – disse uma delas.
- Deita aqui que a gente vai te fazer uma massagem bem gostosa – disse a outra.
     Jhef colocou sua mala em cima da cama.
- Meninas, por favor, não me levem a mal, mas eu nunca mais vou precisar de vocês, eu não quero que vocês venham mais aqui, eu agora sou um homem comprometido e fiel, eu reencontrei o amor da minha vida – disse ele.
     As mulheres se foram e Jhef sorriu lembrando de Jessica. Jhef ligou o computador e começou a falar com Jessica pela web can.
- Oi amor, cheguei agora pouco – Disse ele.
- Já estou morrendo de saudade amor – disse ela.
- Cuida bem do meu maninho aí viu!
     A conversa foi longa, era assim todos os dias quando chegava do trabalho, quando não era com Jessica, era com Zack, mas sempre todos os dias a web can estava ligada.

Fernando de Noronha   5 Meses Depois

     Cinco meses se passaram e Jhef devido a muito trabalho, ainda não tinha voltado nem pra fazer uma visita para Jessica e Zack. Chegou um dia que Jhef chegou do trabalho e tomou um banho quente. Saiu do banheiro com o som do bate papo o chamando, olhou de longe e trocando de roupa viu que era Jessica. Rapidamente ligou a câmera.
- Oi amor? – disse ele enxugando o cabelo.
     Jhef percebeu uma fisionomia de tristeza em Jessica.
- Tá tudo bem aí amor? – perguntou ele.
- Jhef, as notícias não são muito boas.
- O que foi Jessica?
- Foi o Zack – começou a falar ela.
     Jhef soltou a toalha do lado e olhou bem para Jessica pela tela do PC.
- O que houve com meu maninho?
- Ele tá mal Jhef – disse Jessica chorando sem querer.
- Você está chorando porque Jessica? O que aconteceu com o Zack?
     O desespero de Jhef vinha à tona naquele momento.
- Ele reagiu a um assalto Jhef e os ladrões além de o espancarem ainda atiraram – disse ela.
     Jhef chorou na hora, pensando no amigo.
- Cadê ele? – perguntou Jhef.
- Ele está no hospital, mas...
- Mas o que?
- Ele não vai resistir muito Jhef, a bala quase atingiu o coração.
     Jhef chorou forte, se levantou da cama de onde estava sentado e começou a pegar algumas roupas que estavam no armário.
- Jhef, onde você vai? – perguntou Jessica vendo pela web Can.
     Jhef chegou perto da tela novamente.
- Eu estou indo aí... Eu quero estar perto do meu amigo – disse Jhef fechando o Notebook e saindo da sua casa.

...

     Jhef chega na cidade agora com um dos seus carros, bate na porta de Jessica. Ela abre e os dois se beijam forte.
- Onde é o hospital? – pergunta Jhef.
- Vamos eu te mostro, é um dos seus carros? – perguntou Jessica.
- Sim, é o mais novo, eu trouxe pra você, é seu – falou Jhef.
     Jessica abraçou Jhef e o beijou agradecida por aquele carrão.
- Mas agora vamos, eu quero ver o meu maninho.
     Jessica entrou no carro e guiou Jhef até o hospital, chegando lá Jhef se arrepia e tem uma crise de choro.
- Desculpa, eu sou muito chorão, sou muito emocional – disse ele.
- Eu admiro isso em você, essa sensibilidade – respondeu ela o abraçando.

...

     Jhef e Jessica entram no quarto, Zack estava dormindo. Jhef chora novamente ao ver o amigo de toda vida deitado naquela cama de hospital, naquela situação. Jhef chegou perto e beijou a testa do amigo pelo qual chamava de irmão!
- Vocês são muito apegados né? – perguntou Jessica.
     Jhef enxugou as lágrimas.
- Eu e ele somos um só, a gente cresceu junto, a gente viveu a vida toda juntos e costumávamos a dizer que iriamos morrer no mesmo ano, para não deixar o que vivesse sozinho, e agora ele aqui nesta cama e eu estou de pé, com vida, isso me deixa mal – falava Jhef.
     Jessica abraça Jhef e chora com ele.
- Ei... Promessas as vezes não podem ser cumpridas – diz Jessica.
     Zack acorda e vê Jhef abraçado com Jessica.
- Irmão você veio me ver – disse Zack quase sem voz.
     Jhef soltou Jessica e chegou bem perto do amigo.
- Zack, você acordou! – disse Jhef – Eu nunca iria deixar você sozinho.
- Eu pensei que nunca mais iria te ver, agora posso ir em paz – disse Zack.
    A respiração de Zack ficava mais forte, como se fosse as últimas respirações.
- Zack, porque está respirando forte? – perguntou Jhef com medo.
- Eu vou sair pra deixar vocês mais a vontade – disse Jessica.
     Zack segurou a mão de Jessica e ela olhou para ele.
- Não saia Jessica, eu preciso falar com vocês dois – disse Zack.
     Jhef se ajoelhou do lado direito do amigo e Jessica do lado esquerdo também se ajoelhou. Zack segurou nas mãos dos dois. Jhef tremia de choro e ao perceber que aquilo era uma despedida.
- Porque treme Jhef? – perguntou Zack.
- Medo! Tenho medo de que você se vá – disse Jhef.
- Chegou a minha hora irmão, mas antes eu quero pedir algo – disse Zack.
     Zack apertou a mão de Jhef bem forte.
- Eu sempre soube do grande amor de vocês, eu me sentia o anjo do casal, eu presenciei beijos, brigas no colegial, sofrimentos de vocês. E eu quero que vocês vivam felizes, prometam pra mim que vão firmar um relacionamento! Que vão viver juntos – pediu Zack.
     Jessica balançou a cabeça em sinal de SIM, Jhef olhou para ela de uma forma triste.
- Promete Jhef! Você sempre amou a Jessica e ela também nunca te esqueceu – falava Zack tremendo naquela cama de hospital.
     Jhef olhou para Jessica novamente e fechou os olhos por um instante, naquele momento sua mente o levava até o tempo do colégio, lembrava da Jessica olhando para ele de uma forma apaixonante e depois de ter sua mente voltada ao passado, Jhef abre os olhos.
- Eu prometo Zack, eu prometo fazer da Jessica a mulher mais feliz desse mundo! – disse Jhef.
     Zack sorriu e chorou ao mesmo tempo de alegria e tristeza por estar indo.
- Eu amo vocês dois – falou Zack.
     Jhef percebeu que a força que estava na mão de Zack estava sumindo e abaixando cada vez mais, o desespero dele naquele momento subiu à tona.
- Zack... Zack não vai, Zack não me deixa aqui sozinho cara... – dizia Jhef.
- Faz uma coisa pra mim? – perguntou Zack.
     Jessica só conseguia chorar, seu choro a impedia de falar qualquer coisa.
- O quê? – perguntou Jhef.
     A respiração de Zack começou a ficar forte, como se uma dor estivesse dentro dele, a dor da morte, a dor da despedida.
- Zack... Por favor, eu não quero que vá! – dizia Jhef ali.
- Farinha de trigo no enterro – falou Zack
     Aquilo fez Jhef chorar mais ainda, Jhef abaixou a cabeça, seu corpo tremia de choro, sentiu quando Zack com suas últimas forças juntou sua mão com a mão de Jessica. Jhef sentiu a mão de Jessica encima da dele e ergueu a cabeça novamente.
- Sempre juntos – foram as últimas palavras de Zack.
     A cabeça de Zack virou para o lado de Jhef, ele já não estava mais ali entre eles, Jhef soltou sua mão das mãos do amigo que já estava morto e se ajoelhou no chão de uma forma que Jessica nunca iria esquecer. Jhef parecia sem força pra enfrentar o que viria pela frente.
- Zack... Zaaaaaack – Jhef começou a gritar forte dentro daquele quarto.
     Jessica se levantou e abraçou Jhef que estava no chão.
- Ei... Jhef, acabou, ele não está mais aqui com a gente – disse ela.
- Não! Ele disse que iria viver até a gente ficar velho – dizia Jhef.
     Jhef se levantou do chão e começou a balançar o corpo do amigo.
- Zack, volta Zack – falava ele chorando.
     Jessica tirou Jhef de cima de Zack e o sentou na cadeira do quarto e depois o abraçou.
- Ele está dormindo – falou Jhef, parecia alucinado.
- Jhef para com isso, me escuta! Ele morreu, a gente não pode fazer mais nada pra fazer ele voltar!
     Jhef abraçou Jessica com grande força e chorava, Jessica sentia as lágrimas quentes de Jhef caírem sob seus ombros gelados do ar condicionado.

07- Despedida
     Jessica levou Jhef até a casa de Zack para ele pegar a roupa que seria usada no velório, Jhef chorou quando viu as roupas do amigo. Por dentre as roupas estava uma caixa de madeira, Jhef abriu aquela caixa e lá estava fotos dos dois quando eram pequenos, fotos do colegial. Pra todos aqueles que pensam que Jhef chorou, estão enganados, pelo contrário, ele sorriu ao lembrar de cada momento e ao ver cada foto.

...

     Jhef desceu as escadas e na sala estava Jessica o esperando.
- Pegou a roupa? – perguntou ela.
- Peguei sim – respondeu.
     Os dois se foram e no mesmo dia resolveram toda a liberação do corpo, todos os documentos. A cidade inteira que conhecia Zack estava no enterro. O enterro de Zack começou já estava quase anoitecendo. O caixão estava sendo levado por Jhef e alguns amigos do tempo do colegial que vieram. Chegando ao lugar onde tudo iria acabar, o caixão começou a descer a terra! Era o momento de todos jogarem suas flores, jogarem as terras com suas próprias mãos. Quando os coveiros iriam começar a jogar a terra para cobrir o caixão Jhef pediu um instante e começou a falar, toda a cidade parou para ouvir o que o melhor amigo de Zack tinha a dizer.
- Toda a cidade sempre soube da grande amizade que eu tinha pelo Zack e ele por mim, as vezes éramos até confundidos por causa disso! O nosso destino se traçou desde moleques, quando eu era o novato na rua em que ele morava.
     Toda cidade prestava bastante atenção as palavras de Jhef naquele momento.
- Até que um dia, eu comecei a falar com ele e fui me apegando àquela amizade tão forte que nascia ali, brincávamos juntos, crescemos juntos, dividíamos os nossos segredos juntos e começamos a chamar um ao outro de “irmão”. Um dia quando a gente estava brincando na cozinha, sem querer eu derrubei um pacote de farinha de trigo que estava aberto na cabeça dele e ele pensou que tinha sido de propósito e pra se vingar ele jogou um pacote de café na minha cabeça, eu lembro que ele disse pra mim – “Tudo que vai branco, volta preto Jhef” nós crescemos, viajamos pelo mundo a fora e sempre que tinha uma oportunidade boa, eu e ele jogávamos farinha de trigo um no outro, era como se fosse um lema nosso! Era como lembrar daquele dia. Com tudo isso a gente aprendeu desde pequenos que o branco e preto tem sempre que andar juntos, essa foi a nossa forma de dizer que o racismo não nos leva a lugar nenhum. E ontem na cama do hospital antes de ir, ele me pediu pra que fizesse isso – disse Jhef tirando um pacotinho com farinha de trigo e outro pacotinho com café do bolso.
     A cidade inteira estava emocionada com aquele discurso.
- Vá em paz meu mano, meu irmão – disse Jhef jogando a farinha de trigo em cima do caixão de Zack e depois o café por cima da farinha.
     Toda cidade aplaudiu Jhef e a despedida de Zack, alguns choravam.
- O branco e o preto tem sempre que andarem juntos, como eu e ele sempre andou – disse Jhef olhando as pazadas de terra caírem sobre o caixão do inesquecível amigo.
     O enterro acabou e Jhef saiu com Jessica de mãos dadas.
- Você vai voltar quando? – Perguntou ela.
- Amanhã! Eu tenho que voltar amanhã – falou ele ainda triste.
     Jessica deixa uma lágrima cair de seu olhar e Jhef percebe.
- Ei... Eu não queria que fosse assim, eu queria estar aqui com você todos os dias da minha vida.
- Jhef, eu sei que é seu trabalho, não fica preocupado comigo – disse ela.
     Jhef abaixou a cabeça.
- Eu não queria ficar sozinho na casa do Zack por esta noite, eu vou começar a pensar, a lembrar...
- Eu durmo com você lá hoje – disse ela o interrompendo.
- Obrigado – disse ele.
     Os dois caminharam até a casa de Zack, Jessica fez algo pra Jhef comer. Logo mais Jhef dormia no sofá e Jessica o observava. Sua vontade era de beijar Jhef e abraça-lo com toda sua força, mas manteve força para não cair na tentação.

...

     A noite chegou e Jessica estava com Jhef assistindo um filme de terror, chegou uma cena que Jessica teve um grande susto e agarrou Jhef de um jeito que ele nunca iria esquecer. No mesmo instante Jhef olhou para Jessica de uma forma apaixonante, ela também olhou para a boca dele. Jessica beijou Jhef devagar, com a outra mão Jhef desligou a TV, as mãos de Jessica alisavam o corpo de Jhef sem camisa. Jessica podia sentir o corpo quente de Jhef e ele por sua vez pôde perceber o quanto ela queria aquilo, Jhef tirou a blusa de Jessica.
- Eu te amo Jhef, eu quero conhecer o amor contigo – disse ela
     Jhef se arrepiou todo na hora, seus olhos pretos olhavam Jessica de uma forma inexplicável, era o amor que estava dentro dos olhos dele, Jessica beijou Jhef mais uma vez e ele a pegou no colo, Jhef subiu as escadas com Jessica em seus braços, chegando no quarto Jhef colocou Jessica na cama com todo carinho e cuidado. Jhef começou a beijar Jessica e ela apagou a luz do abajur. Jhef e Jessica viveram naquele momento a mais linda noite de amor de suas vidas.

...

     Quando Jessica acordou Jhef já estava acordado olhando para ela com seu olhar fatal que a fazia suspirar de amor.
- Como se sente? – perguntou Jhef.
- Você hoje me fez uma mulher de verdade, a mulher mais feliz do mundo.
     Jhef abraçou Jessica e ela suspirou em seus braços.
- Vem comigo – disse ele.
     Ela soltou do abraço de Jhef e olhou bem para ele.
- Como? – perguntou ela sem entender.
- Vem comigo, viver comigo pra sempre! – repetiu ele.
- Jhef eu...
- Jessica, eu te amo, eu quero viver perto de você lá em Noronha.
- Jhef, eu tenho minha casa.
- E lá você terá todas as casas que eu tenho – disse ele.
     Jessica levantou da cama e se vestiu.
- Não me deixa – disse Jhef com voz triste.
     Na mesma hora Jessica abaixou a cabeça ali e se virou para ele.
- Promete que vai fazer de mim a mulher mais feliz por toda eternidade?
- Claro! Eu prometo, vem comigo?
- É claro que vou meu amor – disse ela pulando em cima de Jhef na cama e o beijando muito.
     Jhef e Jessica ficaram abraçados na cama, Jhef contou sobre as empresas, seus amigos que tinha lá, os funcionários, sobre suas casas. Jhef estava feliz pela decisão de Jessica.
- Bom, então deixa eu ir arrumar minhas malas – disse ela.
     Jhef se sentou na cama e vestiu a calça, quando levantou sentiu uma forte tontura na cabeça e sem forças caiu no chão. Jessica grita e se desespera, depois levanta Jhef o colocando na cama novamente. Jhef estava com uma forte dor na cabeça, naquele momento soltava até uns gemidos de dor.
- Jhef, você está bem? – perguntou ela tremendo.
- Eu acho que eu estou meio cansado e preocupado, me deu uma dor forte e uma tontura na cabeça e eu vi tudo girar ao meu redor – disse ele.
- Fica ai e eu vou lá em casa pegar um remédio – falou ela indo na sua casa.
     Jhef fica na cama deitado descansando, quando Jessica chega ele já está de pé na sala.
- Passou a dor meu amor? – perguntou Jessica com o remédio na mão.
- Passou sim, acho que foi apenas uma tontura! E aí pronta?
- Estou pronta pra ir com você – respondeu ela.
- Bom, você me ajuda a cobrir os móveis do Zack e quando a gente chegar lá eu vejo um comprador pra esta casa.
     Jhef e Jessica cobriram os móveis de Zack e depois fecharam a casa, Jhef estava levando a caixa de madeira que encontrou nas roupas do amigo.

...

     Jessica seguia viagem abraçada com Jhef, pensando como seria sua nova vida, uma vida cheia de alegria, cheia de amor e felicidade, mas o destino as vezes não concorda com os nossos pensamentos.
- Tá feliz? –perguntou Jhef.
- Estou – respondeu ela – Vamos ser felizes.

Fernando de Noronha

     Jhef chegou e abriu a casa para Jessica, ela ficou maravilhada com tanto luxo, aquela casa era enorme.
- Sua nova casa amor – disse ele.
     Jessica pulou nos braços de Jhef e os dois comemoraram a nova vida de uma forma bem romântica, Jessica dormiu com Jhef novamente.

08- A pior nova Vida
     Dois meses e meio se passaram e Jessica continuava feliz com Jhef, ela já conhecia todos os funcionários dele, seus negócios locais, amigos e etc. Certa noite Jessica não encontrou Jhef na cama e desceu até a cozinha, enquanto estava descendo as escadas do primeiro andar ela ouve o barulho de vidro quebrando. Era jhef que tinha deixado um copo de leite cair no chão, pois aquela tontura veio em sua cabeça novamente.
- Jhef, você tá sentindo alguma coisa? – perguntou ela já nervosa.
     Jhef olhou para Jessica com a mão na cabeça, pois a dor estava forte.
- Amor, chama o doutor Junior urgente aqui agora – disse ele.
     No mesmo momento que Jessica vira para ir pegar o número, Jhef grita forte de dor e desmaia. Jessica pega o número e fica perto de Jhef telefonando.
- Jhef... Amor acorda – gritava ela. – Alô doutor Junior, é a Jessica! O Jhef desmaiou aqui agora com uma forte dor na cabeça, venha urgente por favor!

...

     Jhef abre os olhos bem devagar, ainda estava tonto, viu o doutor Junior na sua frente e depois virando a cabeça enxergou ainda meio embaçado, Jessica sentada na cadeira com uma cara de preocupada. Ele estendeu o braço para ela e ela pegou em suas mãos.
- Ei... Porque esta cara? Tá tudo bem – disse ele ainda meio tonto.
     Doutor Junior colocou aquela pequena luz nos olhos de Jhef.
- Você ainda está tonto Jheffrey? – perguntou ele.
- Eu estou bem – respondeu Jhef.
     Junior olhou para Jessica com uma cara de que queria dizer algo.
- Eu peço que você venha comigo até o hospital Jheffrey, lá a gente pode fazer alguns exames que seriam bons – disse o doutor Junior.
     Jhef apertou sem querer a mão de Jessica e ela olhou forte para ele.
- Eu não quero ir com o senhor doutor, eu já disse que estou me sentindo melhor – disse ele.
- Jhef, se o doutor quer que você vá eu...
- Jessica eu já disse que não vou a lugar nenhum – disse ele interrompendo Jessica.
     O doutor colocou todos os seus aparelhos na mala e saiu do quarto, Jessica foi atrás dele deixando Jhef no quarto.
- Doutor, é algo grave? – perguntou ela.
- Olha Jessica, o Jhef sempre foi teimoso, se acontecer uma próxima vez, ele vai ter que ir ao hospital – disse Junior – Nós só saberemos o porquê desses desmaios fortes, lá!
     Jessica abriu a porta para Junior e ele se foi. Jessica ficou com uma sensação muito ruim depois que o doutor se foi. Voltou no quarto e abraçou Jhef, quase chorou ela.

...

     Os dias de Jhef eram sempre cheios o que o fazia pensar que tudo aquilo era cansaço, passaram-se 17 dias depois daquele desmaio. Jhef chega em casa já um pouco tonto, abre a porta central da mansão já quase caindo.
- Jessicaaaaaaaaaaaaaaaa – grita ele vendo tudo embaçado.
     Jessica desce as escadas correndo ao encontro do seu amor.
- Jhef fala comigo, Jhef – dizia ela.
     Jhef desmaia outra vez, nos braços de Jessica.

...

     Jhef acorda numa cama de hospital, Jessica estava novamente do seu lado, desta vez numa cadeira acolchoada.
- Oi amor – disse ela com frio, o ar condicionado era muito forte.
- Estou no hospital? Nossa! Eu desmaiei de novo né?
- Eu estou com você, como você mesmo diz, não deve ser nada, você vai ficar bom – disse ela beijando ele de leve.
     Jessica sai do quarto e começa a tremer pelo corredor, seus pensamentos eram tristes e aperreados. Ela encontra o médico de Jhef no segundo corredor depois do quarto.
- Doutor, ele acordou – disse ela.
     O doutor olhou para ela e respirou, mas uma respiração não muito boa.
- Senhora Jessica, nós precisamos conversar, venha comigo até minha sala – disse ele.
     Jessica foi com o doutor e se sentou na poltrona do seu birô.
- Ele vai ter que ficar internado aqui no hospital – começou a falar o médico.
- O que houve doutor? É alguma coisa grave? O que ele tem?
- Calma dona Jessica! Os exames ainda não ficaram prontos, isso demora uns três a cinco dias, nós só vamos ter certeza quando os exames estiverem prontos, ele vai ficar internado para nós observamos o seu estado e caso ele venha a ter outro desmaio desses.
     Jessica abaixou a cabeça e deixou que lágrimas descessem do seu olhar.
- O que ele tem doutor, o que o senhor suspeita, pra dizer que só vai ter certeza com estes exames? – perguntou ela.
- Tudo indica que ele provavelmente tem um tumor na cabeça – disse o médico.
     O olhar de Jessica ficou fixo no doutor, as lágrimas caiam sem os olhos se fecharem, a preocupação veio na mente dela.
- Mas é o que eu disse dona Jessica, vamos esperar os exames, pode ser que sim, pode ser que não!
     Jessica se levantou e saiu da sala do doutor transtornada e chorando muito, foi até a varanda do hospital e a brisa forte do vento batia em seu rosto. Jessica respirou fundo, enxugou as lágrimas e voltou para o quarto como se nunca tivesse ouvido aquilo.

...

     Cinco dias se passaram, Jhef e Jessica voltam para casa, Jhef já se sentia melhor, parecia o mesmo homem renovado e forte de sempre, até foi para a empresa. Jessica ficou sozinha na casa. Era quase três horas da tarde quando a campainha toca.
- Casa do senhor Jheffrey? – perguntou um homem todo de preto com um envelope na mão.
- Sim, é aqui mesmo – disse ela.
- Entrega de exames do hospital, por favor assine aqui.
     Jessica assinou tremendo muito, o homem foi embora e ela fechou a porta, apertou aquele envelope com grande força e pedia para que dentro dele não estivesse escrito alguma coisa de ruim. Jessica senta no sofá, calada e ainda tremia, as luzes da casa estavam baixas, a TV estava desligada, não havia nenhum barulho. Com seus dedos e com seu grande desespero, ela começou a abrir o envelope e tirou o papel que tinha dentro.

09- Tormentos
     As letras pareciam se mexer de tanto nervosismo que Jessica estava, começou a ler, e suas lágrimas caiam em cima do exame, a cada linha que lia, mas o choro vinha forte sobre ela, o desespero tomou conta de Jessica, ela queria gritar de tanta tristeza, seu corpo começou a tremer por completo, até o momento em que não decidiu ler mais, pois no exame estava escrito – (Foi constatado no paciente 3 tumores na região cerebral, 2 deles são malignos e 1 benigno)
     Jessica colocou o papel de volta no envelope e o guardou debaixo da sua gaveta, bem escondido. Jessica passou a tarde toda chorando, nem ela sabia de onde vinha tantas lágrimas de dentro dela.

...

     Jhef chega em casa cansado, fecha a porta com sua chave, quando se vira encontra Jessica sentada no sofá toda coberta e chorando. Quando Jessica viu Jhef tentou disfarçar e começou a enxugar as lágrimas. Jhef chegou perto dela e ela fechou os olhos.
- Ei minha linda o que foi? – perguntou ele.
- Nada, eu estou chorando com saudade da Marina – disse ela.
- Eu posso ir com você para visita-la.
- Obrigado, você é o homem da minha vida sabia?
- Sabia! E sabia que eu a cada dia que se passa estou mais apaixonado, vidrado, fissurado no teu amor? – disse ele.
     Quando Jessica ouviu aquilo, lembrou do exame e abraçou Jhef com grande força e chorou nos seus braços, Jhef não entendeu nada, mas também a abraçou forte, ali ajoelhado no chão e ela no sofá.
- O exame chegou? – perguntou ele.
     Jessica solta Jhef e olha para ele.
- Não! Não chegou – respondeu ela.
- Estranho, Junior disse que iria chegar hoje.
     Jhef se levanta e Jessica fica olhando para ele.
- Onde você vai? – pergunta ela.
- Vou no hospital, pegar o meu exame – disse ele.
     Jhef abriu a porta.
- Jhef, não vai...
- Porque amor? Eu tenho que saber o que eu tenho, Eu não demoro, já eu chego! – disse ele.
     Jhef sai fechando a porta e deixando Jessica na sala que volta a chorar. Jhef chega no hospital e vai na recepção dos exames e confere seu nome, sua identidade e CPF.
- Senhor Jhef o seu exame já foi entregue na sua casa e sua esposa recebeu, olhe aqui tem a assinatura dela – disse o atendente.
     Jhef viu a assinatura de Jessica e ficou tentando entender porque ela escondeu o exame dele. Jhef saiu dali um pouco bravo e voltou pra casa. Quando Jhef abriu a porta, Jessica ainda estava no sofá com cara de choro.
     Jhef abaixou a cabeça e sem saber como falar, pois estava com um pouco de raiva, chegou perto dela.
- Gasolina está caro sabia? – disse ele pra distrair um pouco.
- Não entendi – disse ela.
- Porque você não me disse que tinha recebido o exame?
     Jessica prende o choro, mas foi impossível.
- Amor, você está me deixando com medo! Cadê meu exame?
- Eu não recebi exame nenhum Jhef – falava ela.
- Jessica, eu vi a sua assinatura lá no recebimento do hospital.
     Jessica começa a chorar forte e Jhef começa a tremer.
- Cadê o exame Jessica? Você tá me deixando nervoso e com raiva de você! Por favor, eu quero ver este exame.
- Desculpa amor! Desculpa por mentir, vem comigo – disse ela.
     Jessica leva Jhef até o quarto e pega o exame. Tremendo, ela dá o exame nas mãos dele. Jhef tira a folha do resultado de dentro do envelope. Ele começa a ler, Jessica começa a chorar do lado dele. Jhef se levanta da cama e coloca a mão na cabeça como se estivesse desesperado, Jhef lê o exame completo e começa a chorar.
- Jhef, meu amor... – começa a falar Jessica, mas depois para.
     Jhef amassa o exame com força e raiva da vida, joga o papel amassado no chão com força, e caminha tentando sair do quarto, mas Jessica se joga no chão a segura as duas pernas dele. As lágrimas de Jhef caiam sobre a cabeça de Jessica que também chorava, Jhef chegava até soluçar de tanto choro.
- Jhef onde você vai amor? Não faz nada, não me deixa aqui – falava Jessica chorando agarrada nas pernas dele.
- Jessica me solta, me deixa – disse ele chorando, mas mesmo assim com sua voz forte.
     Jessica não solta Jhef, então ele se abaixa e com sua força ele solta os braços de Jessica de suas pernas e dá um empurrãozinho nela de leve.
- Eu preciso ficar sozinho, não fique me esperando pra jantar – diz ele saindo chorando e nervoso.
     Jhef descia as escadas de sua casa, Jessica se levanta do chão e vai atrás dele.
- Jhef, você não pode dirigir, se você ficar tonto meu amor, Jhef me escuta, você está nervoso – gritava ela.
     Jhef bate a porta central com força, entra no carro e se vai arranhando os pneus com força. Quando Jessica sai, o carro dele já estava dobrando a esquina. Jessica cai sem força ajoelhada no jardim da casa.

...

     Jhef volta ao hospital e procura o doutor Junior desesperado, Jhef chegava a tremer tanto que não conseguia nem falar.
- Junior, você viu o meu exame? – perguntou ele.
- Vi sim Jhef, eu sinto muito amigo – diz o doutor – Mas no que eu posso ser útil?
- Em todas as coisas! – disse Jhef.
- Como assim?
- Eu quero saber tudo Junior, não me esconde nada! – falou Jhef
     Jhef respirou fundo e olhou fixo nos olhos do doutor Junior
- Quantos meses tenho? Quantos meses eu vou viver, se dois dos tumores são malignos?
     Junior olhou bem para Jhef e sofreu por um momento ao vê-lo sofrendo, pois Junior era amigo de Jhef a pouco tempo, mas Junior obteve coragem para responder à pergunta de Jhef que era necessária.

10- Decidir Amar
     Jhef não tinha vergonha e chorava na frente de Junior, mas também Junior sabia que o choro de Jhef também seria o dele se estivesse na mesma situação.
- Jhef, eu vou ser direto, eu espero que você entenda tudo que eu disser – começou a falar Junior.
- Pode falar Junior – disse Jhef.
- O tumor Benigno, dá pra operar, mas não seria necessário, pois um dos Malignos está numa parte muito frágil de sua cabeça, ele está centralizado na parte do seu cérebro onde fica todas as memórias. Alguns dizem que é esta mesma parte do nosso cérebro que nos força a ficar de pé, ou seja, as nossas coordenações motoras. Mesmo que você operasse um desses tumores, os outros dois ficariam dentro de você. Bom Jhef, com tudo que eu te disse sobre este tumor que está centralizado nessa parte do seu cérebro, é possível que você perca a sua coordenação e não tenha mais o rumo sobre você mesmo.
     Jhef chorava, mas queria que Junior continuasse.
- Você tá me dizendo que eu não vou mais ter a força pra continuar de pé? É isso? eu não vou poder mais andar? – perguntou Jhef.
- Eu sinto muito Jhef, mas não é só isso – disse Junior.
     Jhef enxugava as lágrimas.
- Por esta parte do cérebro ser a parte da memória do ser humano, vai chegar momentos em que você não vai lembrar de algumas coisas, é como perder metade da memória Jhef – disse Junior.
     Jhef se levanta todo atordoado.
- Você está bem? Tá sentindo alguma tontura? – perguntou Junior.
- Não! Me responda, quantos meses de vida eu tenho?
     Junior, não queria responder, colocava a mão na testa e estava nervoso.
- Oito à Nove meses Jhef – disse ele.
     Jhef começou a respirar forte, seus olhos encheram de lágrimas.
- Obrigado – disse Jhef saindo da sala de Junior chorando e pensando em Jessica.
     Junior chorou dentro de sua sala. Jhef vai até uma montanha e lá ele chora de braços abertos. Jhef passa quase a tarde toda ali ajoelhado naquela terra.

...

     Jhef volta pra casa, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, Jessica corre para Jhef e o abraça, os braços de Jhef não abraçam Jessica e ela solta ele devagar.
- Porque não me abraça, eu já te pedi perdão, por não te mostrar o exame naquela hora – disse ela.
     Jhef não fala nada, e evitava olhar nos olhos de Jessica.
- Jhef, fala comigo por favor, eu preciso ouvir a tua voz, já que eu não tive o teu abraço – falava ela chorando.
     Jhef ainda não falava nada. Caminhou até o sofá e se sentou, Jessica ficou ali parada perto da porta de cabeça baixa.
- Onde você foi amor? – perguntou ela querendo puxar conversa.
     Jhef não aguenta e começa a chorar forte, um choro de homem acabado e destruído pelo destino. A respiração dele pareciam suspiros de dor.
- Jhef...
- Eu quero que faça suas malas e vá embora – disse ele.
     Jessica ergueu a cabeça e olhou para Jhef, nunca pensou em ouvir aquilo dele.
- O quê? Você quer que eu vá embora? – disse ela chorando e chegando perto dele no sofá.
     A cabeça de Jhef estava abaixada e ele ainda chorava.
- Olha pra mim – disse Jessica!
     Jhef olhou para Jessica e respirou fundo soltando um ar tremulo.
- Eu deixei tudo pra estar com você, estou vivendo a minha vida em favor da tua e agora no primeiro obstáculo você me manda ir embora?
     Jhef se levantou do sofá.
- Este não é um obstáculo qualquer Jessica – disse ele com voz sofrida.
- Porque você acha que eu me entreguei pra você, me responde agora Jhef! Não sabe responder? Então eu te respondo – disse ela.
- Por favor Jessica, eu não quero te deixar com briga!
     Jessica caminha pela sala desesperada.
- Porque eu te amo! – disse ela colocando as duas mãos no rosto de Jhef – Eu te amo Jhef, eu me entreguei porque quero viver o resto da minha vida com você
- Acontece Jessica que o resto da vida está sobre mim – gritou ele bem forte.
- Eu passei a minha vida toda, esperando você voltar, pra eu dizer o quanto eu te amo.
- O que adiantou Jessica, se o destino não quis assim!
     Jessica abraçou Jhef a força e ele tentava se soltar.
- Jhef deixar eu ficar com você, eu quero cuidar de você neste momento difícil.
     Jhef solta Jessica.
- Este não é um momento difícil Jessica, este é um momento terminal. Eu só tenho nove meses de vida – disse ele.
     Jessica caiu as prantos, gritava de dor, ajoelhou-se no chão e segurou as pernas de Jhef.
- Eu vou perder tudo Jessica, a memória, a força pra ficar de pé, vai chegar o dia em que eu não vou mais lembrar de você, vai chegar o dia em que você vai ter que empurrar uma cadeira de rodas.
- Jhef para...
- Me deixa sofrer sozinho Jessica, eu quero andar na cadeira de rodas sozinho, eu não vou aguentar um dia te olhar e não te reconhecer.
- Jhef eu te amo, eu vou ficar com você até o último dia de tua vida – disse ela chorando ainda no chão.
- Eu estou morrendo caramba! Será que você ainda não entendeu? – gritou ele.
     Jessica se levantou com uma cara de brava.
- Eu entendi! Eu sei que você vai morrer, mas a minha escolha é essa, eu não vou deixar você morrer sozinho, eu e você somos um só e se você for levará meu coração junto com o teu – disse ela.
     Jhef parou de falar e chorava.
- Antes de você ir ao hospital, eu liguei para lá, e o doutor Junior me disse tudo isso, não me força a escutar tudo isso novamente, eu já decidi Jhef, eu sou tua mulher e vou ficar com você até o fim, até o último dia – disse ela tocando nas mãos dele.
- Se você não for embora, eu vou – disse ele.
     Jhef começou a subir as escadas para o quarto. Jessica começou a cantar.

Desacelerar, fazer com que nosso amor dure
É o melhor tempo da minha vida, não quero deixar-te pra trás.
Se estou fora do alcance, sinto segurar-te minhas mãos
Se um dia desistirmos nunca olharemos pra trás
Nunca olharemos pra trás!

Jhef parou de subir as escadas e olhou para Jessica.

És tudo que eu sempre quis, mas a vida entrou no meu caminho
És tudo que eu sempre quis e eu não sei como isso pode mudar!
Eu sei que hoje ainda há algo a faltar, nós dois!

     Jhef desceu novamente as escadas que subia, chegou perto de Jessica e ela olhou para ele enxugando as suas lágrimas.
- Desculpa – disse ele
     Jessica abraçou Jhef e dessa vez ele a apertou com sua força como fazia antes. Os dois choravam abraçados.
- Desculpa, eu não podia fazer isso com você – disse ele.
- Eu te entendi Jhef, eu posso sentir o teu desespero – disse ela.
     Jhef olhou para Jessica e a beijou.
- Ainda que chegue o último dia, o nosso amor nunca vai morrer – disse ele
     Jessica abraçou Jhef.
- E eu vou estar com você todos os dias da tua vida, com ou sem memória e com ou sem cadeira de rodas – disse ela.
- Eu te amo Jessica – disse ele.
     Jhef ia pra cozinha, quando Jessica puxa a mão dele.
- Jhef, eu não queria te aperrear com mais coisas da vida, mas eu tenho que te contar – disse ela com voz tremula.
- O que foi amor?
     Jessica fechou os olhos e tomava coragem para dizer o que queria falar naquele momento.
- As notícias não acabam por aqui Jhef – disse ela.
- Tem mais coisa que eu tenho que saber? Mais sintomas? Eu vou sofrer mais durante esses nove meses de vida?
- Não fala mais nos nove meses, por favor – pediu ela.
- Então o que é Jesica?
- Quando iniciamos um caminho, sempre ficam sementes na estrada Jhef – disse ela olhando fixo no olho dele.
     Jhef prestou atenção no que ela falou, mas não entendeu.
- O que você quer dizer com isso? – perguntou ele.
     Jessica respirou fundo, pegou a mão de Jhef e colocou em cima de sua barriga, Jhef balançou a cabeça em sinal de NÃO! E olhou para Jessica.
- Eu estou grávida Jhef – Disse ela chorando e olhando nos olhos tristes dele.

11- Os sonhos dele
     Jhef caiu ao chão ainda com suas mãos na barriga de Jessica. Jhef chorava, mas não sabia se era de tristeza ou de alegria.
- Jhef, não está feliz? – perguntou ela.
- Eu não vou ver o meu filho Jessica – respondeu ele olhando para ela com uma cara de choro.
     Jessica se ajoelhou.
- Vai sim, você é o homem mais cheio de vontade e de garra que eu já conheci na vida, você vai ver o seu filho Jhef – disse ela.
- Eu só tenho Oito meses amor.
- Você viverá mais que isso Jhef – disse ela o abraçando.
     Jhef se levanta e sorri para Jessica estendendo a mão para ela. Jessica segura na mão de Jhef.
- Sobe comigo, eu quero te fazer feliz enquanto me resta – disse ele.
     Jhef e Jessica subiram ao quarto e lá tiveram um lindo momento de amor. Passando-se os minutos Jhef fica olhando para Jessica deitada em seus braços.
- O que foi amor? – perguntou ela.
- Eu não posso ficar esperando a morte Jessica, eu tenho que viver a minha vida.
     Jessica beijou Jhef.
- Seus sonhos de criança que nunca se realizaram, quais são? – perguntou ela sorrindo.
     Jhef sorriu e olhou para Jessica de uma forma tão engraçada que ela também caiu na risada.
- Então você agora quer me retribuir? – disse ele.
- Sim, é justo! – disse ela.
- Estar aqui comigo neste momento já retribuiu todas as coisas Jessica, sua vida, seu coração, seu toque é minha retribuição – disse ele.
- Você pode me dizer quais são esses sonhos?
- Você é marrenta hem garota – disse Jhef sorrindo – Tá certo! O primeiro é bem radical, acho que você não iria aguentar.
     Jessica se levanta da cama e desafia Jhef.
- Ah é? Então vamos lá no lugar desse seu sonho que eu quero ver se eu vou desistir tão fácil – disse ela estendendo a mão para ele.
     Jhef segurou na mão de Jessica.
- Então está fechado! Vamos nessa! – disse ele.

...

     O parque de diversões “San Noronha” era um dos parques mais radicais da região, nele existia uma montanha russa gigantesca que entrava por dentro de uma caverna escura e ainda ficava de cabeça pra baixo sobre as águas. Era adrenalina de tirar o coração pela boca. Quando Jessica viu de longe a montanha russa entrar pela caverna escura de uma forma assustadora que chegava a fazer um grande barulho, se arrepiou por completa.
- Eu nunca tive coragem de ir sozinho, mas agora que você insistiu tanto em vir comigo, nós vamos juntos – disse ele.
     Jessica apertou o braço de Jhef com força quando ele começou a ir em direção a montanha russa.
- Ei Jessica, está tudo bem? Parece com medo?
- Medo eu? Não! Imagina... Vamos logo que eu estou louca pra dar uns gritos.
     Jhef sorriu e parou.
- Não precisa ir se não quiser – disse ele.
- Ei... É o seu sonho, você escalou uma montanha por mim lembra?
     Jhef abraçou Jessica e os dois foram. O brinquedo começou a andar e a adrenalina começou, os gritos de Jessica eram fortes até que Jhef a beijou nas alturas. Foi o beijo mais inesquecível dos dois.

...

     Saíram do parque sorrindo muito, foi um dia cheio de gritos, adrenalina e muito romance. Chegaram em casa cansados, Jhef subiu para tomar banho e Jessica comia algo na cozinha. Quando Jhef ligou o chuveiro, Jessica entrou no banheiro.
- Posso? – perguntou ela
- Tomar banho comigo? – disse Jhef rindo
     Jessica respirou um ar de vergonha, Jhef sorriu e a abraçou.
- Não precisava perguntar, é claro que pode.
     Jessica tirou a roupa e entrou no chuveiro com Jhef. Logo mais se enxugarem no quarto, Jessica começa a falar com Marina pela web can. Jhef estava do lado dela na cama sem camisa.
- Nossa! Tá passando bem hem amiga – disse Marina vendo Jhef pela tela.
     Jessica sorriu e olhou para Jhef como quem quisesse contar.
- Estou sim amiga! O Jhef foi o homem que eu sempre pedi a Deus – disse ela.
     Marina perde o sinal e Jessica deita sobre o corpo de Jhef. Jhef faz um carinho no pescoço de Jessica e ela se arrepia. Os dois começam a rir abraçados na cama, logo depois Jhef desce até a cozinha e Jessica retorna ao notebook, ela entra num site chamado, “viagens alto mar” e compra duas entradas para um cruzeiro, mas não conta nada para Jhef.
     Jhef sobe para o quarto e encontra Jessica deitada na cama.
- Você está linda amor – disse ele.
- Já tomou os remédios? – perguntou ela
- Já sim, ainda bem que eu não estou tendo mais as dores de cabeça.
- Jhef, posso te pedir uma coisa? – perguntou ela.
- Claro meu amor, me peça tudo e eu te darei até meu coração numa bandeja.
     Jessica sorriu.
- Me faça feliz neste momento, agora! – pediu ela.
     Jhef respirou fundo e tirou a calça, Jhef e Jessica novamente tiveram um momento de amor. Eles estavam aproveitando o máximo. De madrugada Jessica se levantou sem acordar Jhef, fez uma pequena mala de roupa dos dois e colocou na mala do carro, era quase três horas da madrugada quando Jessica acordou Jhef.
- O que foi Jessica, deixa eu dormir.
- Jhef, vem comigo por favor, é urgente – mentiu ela.
     Jhef abriu os olhos um pouco preocupado e vestiu uma cueca e uma calça, depois colocou uma camiseta e desceu as escadas com Jessica. Ela o levou para dentro do carro e ele meio sem saber o que estava acontecendo já ficou preocupado.
- O que houve Jessica? Pra onde vamos?
     Jessica sorriu e beijou Jhef dentro do carro.
- Para mais uma realização da sua vida – disse ela.
     Jessica dirigiu até o porto, Jhef ficou maravilhado ao ver aquele navio tão grande e muita gente entrando nele.
- Como sabia? – perguntou Jhef
- Lembra que eu era sua fã número um no tempo do colegial?
     Jhef saiu do carro emocionado, enquanto Jessica pegava as malas e as passagens impressas da internet.
- Vamos? – disse ela.
- Pra onde? – perguntou ele assustado.
- Você acha que eu te trouxe aqui só pra ver o navio e ir embora? Não meu amor, eu comprei as passagens e a gente vai navegar pelo mar durante 3 dias.
- Verdade? – perguntou ele abraçando ela.
- Este é um pequeno cruzeiro, o maior que tinha era de 1 mês, mas três dias já está bom – disse ela.
- Claro! – disse ele beijando ela.
     Jhef e Jessica entraram no navio, vão direto para a frente dele, era uma coisa linda de se ver, as estrelas daquela madrugada nunca iria sair de suas mentes. A lua estava esplendorosa, parecia até que seu brilho chegava até eles naquele navio. Jhef e Jessica se beijam enquanto o navio começava a sair do porto.

12- Inicio de Sintomas
     Os dias naquele cruzeiro estavam sendo maravilhosos, Jhef teve algumas tonturas, mas não chegou a desmaiar. O navio voltou ao porto depois de três dias, Jhef e Jessica desceram sorrindo muito, o carro ainda estava lá estacionado. Dessa vez Jhef voltou dirigindo. Chegando em casa Jhef agradece a Jessica pela surpresa e a leva para cama.
     Eles dormiram quase a tarde toda, ainda estavam cansados, Jessica acorda, mas não encontra Jhef na cama, ela desce e quando chega na sala, Jhef estava no sofá com um filhote de labrador nas mãos. O filhotinho estava com um laço vermelho no pescoço.
- Ai que lindinho amor – disse ela.
- Pra te fazer companhia, é seu – disse ele – Tob é o nome dele.
     Jessica pega o cachorrinho e beija Jhef. Enquanto o beijava Jhef fica tonto e cai sobre o sofá, seus olhos viravam, era algo assustador.
     Jessica coloca o cachorro no chão e começa a gritar por Jhef. Jhef estava ficando vermelho de tanta dor na cabeça, sua cabeça parecia que iria explodir.
- Jheeeeeeeef fala comigo – gritava Jessica.

...

     Jhef abre os olhos no hospital, deitado na mesma cama de sempre. Jessica entrava ali naquele mesmo momento com o doutor Junior.
- Amor você acordou – disse ela o beijando.
- Eu quero ir pra casa – disse ele.
     Junior chegou perto de Jhef.
- Se você ama a sua mulher e quer ver o seu filho, não tente apressar os meses Jhef, você vai ter que ficar aqui – disse o doutor.
     Jessica abraça Jhef e ele não fala mais nada.

...

     Cinco dias se passam e Jhef tem alta do hospital, ele volta pra casa com Jessica. Os dois tiram um cochilo. Jhef acorda e deixa Jessica dormindo, ele vai até a empresa, chegando lá todos o abraçam e Jhef conta sobre a doença. Todos os funcionários ficam tristes e calados sobre o caso, mas quando Jhef acaba de falar todos o abraçam e choram junto com ele. Jhef volta pra casa no final da tarde e encontra Jessica ajoelhada na sala aos prantos abraçada com Tob. Ele vai até ela e a levanta, Jessica abraça Jhef ainda chorando.
- Não faz mais isso comigo Jessica, você está me matando antes da hora quando eu chego em casa e vejo você chorando por minha causa – disse ele.
- Desculpa, é que as vezes eu não aguento, eu fico lembrando de tudo que a gente viveu a pouco tempo, eu, você o Zack...
- Toda vez que vejo você chorar é como se uma parte de mim fosse arrancada do meu corpo – falou Jhef.
- Desculpa, eu não sei como vai ser Jhef, eu não sei como vai ser sem você.
     Jhef abraça Jessica e chora por trás do abraço sem ela ver.
- Não pensa nisso, só saiba que eu ainda estou aqui – disse ele.
     Jessica olha para o rosto de Jhef e percebe que ele estava chorando.
- Não quero que vá – diz ela com voz tremula.
     Jhef toca no queixo de Jessica com carinho.
- Quem disse que eu vou? Vou estar sempre com você, no seu coração!
     Jessica chora e Jhef a consola.

6 Meses depois

     Os últimos seis meses que se passaram foram intensos, foram vários desmaios que Jhef teve, jhef via Jessica chorando pelos cantos da casa, ela já não se cuidava mais, nem ia mais ao salão, nem pintava as unhas. Fingia não sofrer, mas o sofrimento estava no olhar dela. Tob fugiu e não voltou pra casa. Madrugadas inteiras ela ficava olhando Jhef dormir, lembrando do tempo do colégio. Sua barriga já estava grande, Jhef entrou numa academia e malhava todos os dias. Malhava pelo ódio, malhava pela tristeza, malhava pelo destino que foi tão cruel com ele e com Jessica e mais do que tudo, malhava pela dor da partida que sabia que iria chegar.
     Jhef chegou em casa todo suado e Jessica estava na sala assistindo TV, quando Jhef entrou ela correu para perto dele e o abraçou.
- Amor, eu estou suado – disse ele pingando de suor.
     Jessica pegou a mão de Jhef e pôs na sua barriga.
- Veja amor, é o nosso filho, ele mexeu – disse ela chorando.
     Jhef se ajoelhou no chão e sentiu o bebê mexer forte. Jhef sorriu e abraçou Jessica com força.
- Agora que eu te cobri com o meu suor, vem tomar banho comigo? – disse ele.
     Jhef e Jessica tomam banhos juntos, aquela água quente que caia sobre eles, aqueles beijos molhados debaixo do chuveiro, foram terminados por mais um desmaio de Jhef. Jhef caiu sobre o chão do vão do banheiro, Jessica desligou o chuveiro, pegou uma toalha e cobriu Jhef. Rapidamente telefonou para o Doutor Junior. O doutor chegou rápido e levou Jhef para o hospital.

...

     Jhef fez novos exames o que comprovou que seu caso estava se agravando cada vez mais. Jessica chora ao ver os exames e coloca a mão na barriga pensando no seu filho.
     Os dias vão se passando rápido, desta vez Jhef ficou internado no hospital durante 1 mês e 16 dias, ou seja um mês e meio. Jessica entra no quarto e vê Jhef chorando.
- Amor o que foi? Tá sentindo alguma dor?
- Não Jessica, eu estou sentindo raiva da vida, porque isso está acontecendo comigo Jessica?
     Jessica abraça Jhef e o acalma.
- Olha, você teve alta hoje, nós vamos pra casa – diz ela.
- É melhor ficar aqui – disse ele com raiva.
- O quê?
- Já se passaram sete meses e meio Jessica, daqui a 14 dias serão oito meses.
- O que quer dizer com isso Jhef?
- Eu vou morrer daqui a pouco Amor – disse ele chorando muito.
     Jessica olha para Jhef com um olhar de medo e choro ao mesmo tempo.
- Você vai voltar pra casa comigo Jhef – disse ela.

...

     Jhef volta pra casa com Jessica, ele entra meio sem força e se senta no sofá, Jessica estava indo pra cozinha, quando ele a chama.
- O que quer Jhef? Me peça e eu te darei até meu coração numa bandeja – disse ela repetindo a frase que um dia Jhef disse para ela.
- Os dias estão acabando Jessica – começou Jhef.
- Jhef por favor, não continua...
     Jhef segura na mão de Jessica.
- Cuida das minhas empresas pra mim Jessica, todos aqueles trabalhadores que estão ali, desde os pequenos aos maiores são a minha vida, eles tem filhos, mulheres, maridos. Por favor amor, não deixa minhas empresas falirem quando eu se for. Promete pra mim – pediu Jhef chorando.
     Jessica se ajoelhou perante Jhef e chorou.
- Eu prometo amor, nenhum deles ficará sem emprego – falou ela.
     Jhef abraçou Jessica.

...

     Era alta madrugada quando Jhef levantou da cama e foi até a sala, parecia meio estranho, atordoado. Jessica acordou e não viu Jhef na cama então desceu atrás dele, pois não poderia deixa-lo sozinho. Jessica descia as escadas no escuro daquela madrugada e viu Jhef perto da estante da sala segurando um porta retrato.
- Tá com saudade dele né? – perguntou Jessica.
     Era a foto que ele, Jessica e Zack tiraram em cima da montanha quando escalaram. Jhef se virou para ela e a olhou de um modo estranho.
- E quem é ele? – perguntou Jhef muito sério.

13- Cadeira de rodas
     Jessica olhou para Jhef de uma forma assustadora, desceu as escadas e chegou perto de Jhef.
- Você não lembra dele? – perguntou ela.
- Alguém da sua família? Porque está me olhando assim – perguntou ele.
- Jhef, esse é o Zack, o seu amigo, o seu irmão, o seu maninho de infância – respondeu ela assustada com tudo aquilo.
     Jhef colocou a foto no seu lugar e subiu de volta para o quarto. Jessica chora no escuro da sala e depois sobe para o quarto também. Jessica abraça Jhef na cama e dorme abraçada com ele.
     O dia amanhece e Jessica acorda e chama Jhef. Ele não se meche e nem fala nada, Jessica se desespera e começa a mexer o corpo de Jhef com força.
- Jheeeeeef acorda, Amor acorda, por favor – gritava ela desesperada.
     O corpo de Jhef estava parado, parecia estar morto, de repente ele respira fundo e começa a tossir. Jessica abraça Jhef e chora desesperada.
- Pensei que você estava morto – falava ela.
     Jhef não falava nada, só tossia e respirava forte. Jessica saiu da cama e Jhef ficou assustado ao vê-la em pé.
- O que foi Jhef? – perguntou Jessica.
- Você está grávida? – perguntou ele olhando fixo para a barriga dela.
     Jessica chega perto dele.
- Jhef, é o nosso filho – disse ela.
     Jhef sorriu e beijou a barriga de Jessica.
- Desculpa, eu estou... Atordoado! – disse ele
     Jessica vai para o espelho e Jhef tenta se levantar da cama. Era como se ele não sentisse mais os pés, sua força estava fraca, ele tenta colocar força nas pernas, mas assim que se levanta ele cai. Jessica vê pelo espelho e corre para levanta-lo.
- Jhef, você está tonto? – perguntou ela.
- Minhas forças Jessica! Eu não estou sentindo minha força – diz ele tremendo.
     Jessica leva Jhef para o hospital novamente.

...

     Jhef dessa vez ficou em um quarto diferente, este tinha algumas máquinas a mais. Doutor Junior chamou Jessica para uma conversa.
- Doutor, já está na hora?
- Jessica, nós não sabemos nem o dia e nem a hora que a doença vai agir pra valer – disse Junior.
     Jessica chora na frente do doutor.
- O tumor que está na parte mais importante do cérebro, já criou raízes por várias partes, por isso ele já começou a perder a memória, mas não todas e também ele não vai ter mais força para andar – disse o doutor Junior.
- Ai meu Deus – disse Jessica de cabeça baixa.
- Chegou a hora Jessica, o Jhef tem que ficar na cadeira de rodas – disse ele.
     Jessica saiu de perto de Junior e não deixou ele falar o resto. Jessica entra no quarto de Jhef.
- Jessica, eu vou ficar aqui até o fim né? – disse ele.
     Jessica chorou na frente de Jhef e ele a olhava.
- Não me esconde nada Jessica por favor.
- Você vai voltar pra casa – disse ela.
- Isso é bom...
- De cadeira de rodas Jhef – disse ela.
     Jhef virou a cabeça para a parede e não olhou mais para Jessica, ele não queria que ela visse o sofrimento dele.
- Eu sinto muito amor – disse ela saindo do quarto.
     Jhef chorou forte.

...

     Depois de alguns dias Jhef voltou para casa com Jessica, ela empurrava a cadeira de rodas dele com todo seu amor. Jhef se sentia inválido de tudo, não conseguia olhar muito pra cara de Jessica, para não deixar ela com pena dele.
- Jhef... – disse ela se ajoelhando e levantando a cabeça dele para olhar para ela.
- O que foi Jessica?
- Não tenha vergonha de mim agora, não se afaste por pensar que eu estou sofrendo. Eu estou sofrendo sim, mas ainda que você estivesse sem as suas pernas e sem seus dois braços, eu iria te amar como nunca, o meu amor é eterno como você – falou ela.
     Jhef deixou uma lágrima cair de seu olhar.
- Eu te amo mais do que minha própria vida, eu escolheria perder a minha vida mil vezes do que perder o teu amor que sempre existirá mesmo quando eu não estiver mais aqui. Eu te amo Jessica, eternamente!
     Os dois se beijaram.
- Bom, eu vou mudar a casa pra ficar apropriada para a cadeira – disse ela.
- Jessica! Não precisa, já são oito meses e três dias, eu posso morrer hoje, ou amanhã quem sabe?
     Jessica chora e fica abraçada por muitos minutos com Jhef.

14- Minutos Finais
     Os dias vão se passando, Jhef e Jessica sabiam que eram os últimos dias, hoje já são 8 meses e 17 dias, faltava poucos dias para formarem 9 meses. Jessica não deixava de ser feliz com Jhef no seu dia a dia. Era pela tarde quando Jessica estava no telefone quando Jhef tentou se levantar da cadeira de rodas, caiu por cima do seu braço esquerdo e começou a gritar, mas não chamou o nome de Jessica.
     Jessica desligou o telefone e foi levantar Jhef, quando ela o colocou na cadeira de rodas ele olhou bem para ela.
- Quem é você? – perguntou ele.
     Jessica parou no tempo e estava morta por dentro com aquela pergunta de Jhef. No mesmo momento em que olhava para ele, muito sangue saia do nariz dele. Jessica se desespera e pega um pano para parar o sangue. O desespero de Jessica era imenso, Jhef ficou paralisado e não conhecia Jessica.

...

     Jessica sentia lá no fundo que era a última vez que voltava àquele hospital. Jhef estava ligado às máquinas do quarto.
- Jessica eu preciso falar com você – disse o doutor Junior
     Jessica foi com ele até o corredor.
- O que quer falar? – perguntou ela com sua barriga enorme.
     Junior percebeu que Jessica estava descuidada, não usava mais as maquiagens, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, seu cabelo estava com fios quebrados.
- Jessica, hoje são oito meses e 17 dias, os exames mostraram que todos os tumores avançaram no seu estado, a partir de então Jessica, os sintomas serão mais massacrantes para o Jhef – disse Junior.
- O que o senhor tá querendo dizer?
- Não há como ele sair mais daqui do hospital, as dores que ele vai sentir a partir de agora serão fatais, algumas já podem o levar, mas se ele for forte e aguentar todas até a última, ele vai sofrer muito.
     Jessica começou a chorar pensando em Jhef. De repente teve fortes contrações.
- Doutor, o bebê vai nascer – disse ela com a água da bolsa estourada.

...

     Jessica entrava em trabalho de parto, enquanto isso Jhef sentia a primeira dor terminal na sua cabeça, eram gritos de dor, parecia que o tumor ia explodir dentro dele. Os olhos de Jhef pareciam virar de tanta dor, apertava o colchão da cama com grande força. As enfermeiras deram uma injeção em Jhef e ele se acalmou. Naquela hora das dores de Jhef, Jessica também sentia a dor do parto. O bebê nasceu grande, Jessica ao ver o filho pela primeira vez chorou. Jhef estava sedado, respirando pelos aparelhos. Jessica colocou o nome do pai de Jhef no filho deles. O garoto se chamava Zian.
     Alguns dias passaram, Jessica acompanhava os sofrimentos finais de Jhef, toda madrugada ela e quase todos os pacientes daquele corredor escutavam os gritos de dor de Jhef, eram gritos fortes e assustadores. Já era 8 meses e 27 dias, certa noite enquanto Jhef gritava de dor e os médicos estavam com ele no quarto, Jessica chegou no vidro da porta e olhou para ele e seu sofrimento. Ela chorou, suas lágrimas eram quentes de dor por ver o homem que tanto amava sofrendo daquele jeito.
     Jessica pensava que Jhef não lembrava mais dela, quando Jhef viu Jessica de longe no vidro da porta, gritou o nome dela e estendeu sua mão em sua direção.
- Jessicaaaaaaaaaaa – gritou ele com os olhos cheios de lágrimas e com dor.
     Jessica ao ouvir a voz de Jhef chamar por ela novamente chorou e entrou no quarto indo direto para ele. Os médicos se afastaram e Jhef se acalmou.
- Jhef, meu amor, você lembrou de mim – disse ela beijando a boca dele e o abraçando.
     Jhef chorou ao lembrar de Jessica e da história dos dois.
- Nosso filho! – disse ele.
- Ele está bem, se chama Zian – disse ela chorando.
     Jhef sorriu.
- O nome do meu pai – disse ele.
- Sim – disse ela.
- Jessica, eu quero ver o meu filho antes de ir, por favor traz ele aqui.
     Jessica aperta a mão de Jhef e balança a cabeça dizendo que SIM.
- Por favor, volte ainda hoje, porque quero te pedir uma coisa – disse ele.
     Jessica beijou Jhef mais uma vez e saiu do quarto chorando. Doutor Junior encontrou Jessica e a chamou para a sala dele novamente.
- Jessica, o Jhef não está aguentando mais as dores na cabeça...
- Doutor, eu tenho que mostrar o nosso filho a ele – disse Jessica tentando sair da sala.
- Presta atenção Jessica – gritou Junior.
     Jessica virou para o doutor.
- Se este tumor, estourar dentro dele, o Jhef vai sofrer muito mais, não tem mais pra onde fugir Jessica, você pode acabar com isso – disse Junior.
- Você tá me pedindo pra mata-lo?
- Não! Eu estou te pedindo pra salvá-lo Jessica, é muito sofrimento pra um homem enfrentar sabendo que não vai ter mais jeito, 90% da vida dele está sobre aqueles aparelhos – disse Junior olhando para Jessica.
     Jessica abriu a porta da sala dele.
- Não vou mata-lo, o senhor não sabe o que é amor, o senhor não conhece a nossa história! – gritava Jessica – Eu e ele vivemos a história de amor mais linda que eu já vi, ele realizou todos os meus sonhos que eu tinha na vida, ele me mostrou o que era amar, eu não posso acabar a minha história com minhas próprias mãos – disse ela batendo a porta bem forte.
     Jessica chorava pelos corredores do hospital, todas as pessoas olhava para ela com pena, pois sabiam que ela era a mulher do homem que gritava de dor durante as madrugadas. Jessica pediu permissão para levar o seu filho até Jhef. Junior a acompanhou em tudo.
- Porque está me seguindo em tudo? – perguntou ela.
- Porque eu sei sim o que é amor, a minha mulher morreu de leucemia neste hospital – Disse Junior.
     Jessica pediu desculpas a Junior e ele a acompanhou até o quarto de Jhef. Jessica entrou no quarto de Jhef e quando ele viu o seu filho pela primeira vez, chorou de emoção.

15- Sempre Eterno
     Jhef não tirava o olhar do seu filho, Jessica coloca Zian nos braços de Jhef e ele sorri.
- Ele é lindo amor! – disse Jhef.
- Parece com você – respondeu ela.
     Jhef estava diferente, a maioria do seu cabelo caiu, Jhef estava quase careca, seus lábios estavam ressecados, as veias de seus olhos estavam bastante agitadas. Jessica beijou Jhef.
- Ei... Não chora, a gente sabia que esse dia iria chegar – disse ele enxugando as lágrimas de Jessica.
- Jhef eu...
     Jhef colocou o dedo na boca de Jessica a calando.
- Leva o nosso filho pra fora daqui, olha, o Junior está lá fora, deixe o Zian com ele – ordenou Jhef.
     Jhef deu um beijo em Zian e chorou ao dar o filho nos braços de Jessica. Jessica deixou Zian com Junior e Junior levou Zian de volta ao berçário. Jessica voltou para perto de Jhef.
- Jessica... Sabe que eu sempre te amei a cada dia do meu viver, a nossa história vai sempre existir, promete pra mim que um dia você vai contar a nossa história pro nosso filho e que não vai deixar ele zombar de nenhuma garotinha da escola? – pediu Jhef.
- Prometo Jhef.
- Jessica, não deixe a nossa história ser esquecida, por favor, lembre-se de mim todos os dias enquanto viver, dentro de uma caixa de madeira que encontrei nas coisas do Zack...
- Você lembrou dele?
- Deixa eu falar, eu não tenho tempo – disse ele.
     Jessica abaixou a cabeça e chorou.
- Dentro da caixa tem um CD, e neste CD eu gravei a música que fiz pra você naquela noite na varanda, quando quiser ouvir minha voz, escute este CD. Eu vou estar bem perto de você – disse ele.
- Eu te amo Jhef.
- Eu estou sofrendo Jessica, eu só resisti todas essas dores porque eu tinha esperança de ver o meu filho e tê-lo nos meus braços – falou Jhef chorando.
- Jhef...
- Agora que eu o vi, eu sei que eu vou ter uma continuação, eu posso ir em paz agora.
- Jhef não fala assim....
- Eu não aguento mais essas dores Jessica, perece que minha cabeça vai estourar como uma bomba, me salva amor – pediu ele chorando.
     Jessica chorou e se levantou do chão, começou a andar pelo quarto.
- Você quer que eu... – tentou falar Jessica
- Eu quero que você desligue o aparelho, só você pode me salvar agora.
     Jessica chegou perto dele novamente.
- Eu não posso fazer isso Jhef, eu não tenho forças...
- Você teve forças durante esses nove meses amor, agora eu preciso que você desligue estes aparelhos, não me deixa morrer de dor, eu prefiro morrer com você abraçada ao meu corpo.
     Jessica senta na cama e segura a mão de Jhef. Olhou para os olhos fortes de Jhef que agora pareciam cobertos de lágrimas.
- Desliga, por favor amor – pediu ele com aquela voz que ela amava.
- Eu te amo – disse ela colocando a mão na tomada e tremendo muito.
     Jessica fixou seus olhos nos olhos de Jhef e não olhava para a máquina.
- Não olha para a máquina, apenas puxe – disse ele tremendo de frio.
- Eu não vou consegui amor – disse ela chorando.
- Me abraça agora – pediu Jhef.
     Jessica abraçou aquele corpo quente de Jhef, sentiu a respiração dele quase fraca.
- Sente meu coração? – disse Jhef.
     Jessica sentiu o coração de Jhef e chorou.
- A conquista do coração está na mente de cada ser humano, Você estará na minha mente até meu último fôlego de vida – disse ele – Agora puxe amor, não tenha medo!
- Nunca vou esquecê-lo – disse ela chorando e olhando para ele.
- Eu sei – exclamou ele a abraçando forte, era o último abraço.
     Jessica encostou a sua boca na boca de Jhef e tomando coragem, puxou a tomada chorando muito. A máquina começou a fazer barulho e Jhef começou a ficar sem respiração. Jessica tentou olhar para ele, mas ele não quis que ela visse sua dor estampada em seu rosto.
     Jessica beijou Jhef na boca e o corpo dele tremia, o beijo era misturado com as lágrimas dos dois. Jessica olhou para Jhef chorando. E ele já com os últimos fôlegos de vida olhou para ela.
- Eu te amo eternamente – disse ele colocando força para falar e depois virando a cabeça pro lado esquerdo, morre.
- Jhef? Jheeeeeeeeeeef – gritava Jessica apertando os braços dele.
     Jhef não estava mais ali, Jessica abraçou o corpo do amado e ficou ali durante um bom tempo. Junior entrou e viu que Jessica tinha ajudado Jhef a não sofrer mais. Junior tirou Jessica de cima do corpo de Jhef, ela estava aos prantos.
- Amooooooooor, eu te amo – gritava ela muito alto.
- Jessica, olha pra mim... Acabou, ele não sofrerá mais – disse Junior.
- Jhef... – disse ela olhando para o corpo.
- Somente o amor de vocês viverá agora – disse Junior.
     Jessica saiu do quarto aos prantos, parecia não enxergar direito, pois as lágrimas a impediam. Os acompanhantes dos pacientes do hospital, consolaram Jessica. Jessica caiu ao chão ajoelhada e o pessoal a abraçou.

...

     O enterro de Jhef foi repleto de amigos, inclusive quem estava lá era Marina, a amiga de Jessica do tempo do colégio. Todos da empresa foram. As homenagens a Jhef foram inesquecíveis. Cada um que trabalhava na empresa fez um discurso de arrepiar e chorar. Jessica estava roca, pois passou toda noite gritando e chorando de dor e saudade daquele que um dia tanto amou. O caixão começou a descer a terra e em momentos de desespero Jessica tentou entrar dentro da cova junto com ele. O pessoal da empresa a segurou pelo braço. O desespero de Jessica era surreal, era de matar de emoção qualquer um que estivesse ali. O enterro acabou, Todos que estavam ali abraçaram Jessica e se foram, por sua vez Jessica ficou mais um pouco e se ajoelhou sobre o tumulo de Jhef. Marina esperava a amiga do lado de fora do cemitério.
- Obrigada pelo teu amor Jhef – disse ela quase sem voz de tão roca.
     Jessica se levantou dali e de longe enxergou um cachorro deitado perto da tenda sagrada daquele lugar, o cachorro parecia com fome, estava magro, seus pelos de brancos estavam amarelados de poeira e de lama. Jessica olhou bem para o cachorro de longe.
- Tob? – chamou ela emocionada, para ver se o cachorro olhava.
     O cachorro ergueu a cabeça e balançando o rabo, levantou suas orelhas, olhou para Jessica de longe e começou a se levantar.
- Tob, sou eu... Vem cá garoto – disse Jessica se abaixando e erguendo os braços.
     O cachorro começou a correr em direção a Jessica, quando chegou perto dela começou a lambê-la. Jessica abraçou Tob com força e chorou lembrando do dia em que Jhef chegou com ele na mansão. O cachorro chorava abraçado com Jessica.
     Jessica saiu do cemitério com Tob e encontrou Marina do lado de fora.
- De onde veio esse cachorro? – perguntou Marina.
     Jessica olhou para Marina ainda emocionada.
- Do Jhef, da nossa história – respondeu ela.
     As duas foram para a mansão e Jessica contou tudo sobre o cachorro para Marina. Passaram três dias e Marina tinha que voltar. Jessica a levou até a estação, lá se despediram. Marina deu um beijo em Zian e alisou Tob.
- Eu venho por aqui te visitar amiga – disse Marina.
- Tá certo! – respondeu Jessica.
     Marina se foi e Jessica voltou pra casa com Tob na coleira e Zian nos braços.
     Os dias se passavam, Jessica voltou a se cuidar, ajeitou os cabelos, voltou a ser a mulher linda que sempre foi, tomou posse do cargo de presidenta das empresas de Jhef. Os funcionários da empresa adoravam a Jessica, além de chefa ela se tornou amiga de todos. Jessica estava feliz com seus novos amigos e amigas, mas quando chegava em casa percebia que faltava algo, o Jhef. Tob voltou também a ser o cachorro lindo, seus pelos estavam brilhantes como na primeira vez, era um cachorro forte. Zian crescia rápido e já tinha se acostumado com sua babá. Jessica percebia que os dias sem o Jhef, para ela eram sem cor, sem amor, sem vida.

4 Anos depois

     Às vezes é tão forte as lembranças que vem na minha mente, o cheiro dele, o jeito dele que me fazia arrepiar por completo, o seu olhar forte com aqueles olhos pretos que seduziam todas as mulheres da terra, o Jhef me fez ser feliz em momentos que deviam ser de extrema tristeza, nunca vou me esquecer dos seus desmaios, dos seus beijos e principalmente dos gritos de dor que escutava naquele hospital. O destino pregou uma peça em nós, mas nos deixou algo que vai levar a nossa história de eternidade à eternidade, o nosso filho, que hoje já vai fazer quase quatro anos, e é a primeira vez que ele vem aqui comigo. Hoje fazem quatros anos.
     Jessica chega perto do tumulo de Jhef com Zian e Tob. Jessica beija o filho e chora ao lembrar de Jhef. Zian coloca um buquê de flores no tumulo do pai.
- Você ama o papai filho? – perguntou Jessica.
     Zian balançou a cabeça dizendo que SIM. Logo depois Jessica levantou e soltou um beijo no ar para Jhef. Sentiu o vento forte nas árvores daquele lugar e sorriu.

...

     Não há nada na vida que me faça esquecê-lo, tudo que hoje sou eu devo a ele. Cumpri todas as promessas que fiz a ele, abri uma terceira empresa para dar continuidade ao nome que um dia ele fundou. Todos os dias escuto a música que ele fez na varanda, nem sei como o CD nunca arranha.
     Desacelerar, fazer com que nosso amor dure. É o melhor tempo da minha vida, não quero deixar-te pra trás, se estou fora do alcance, sinto tu segurar minhas mãos, se um dia desistirmos nunca olharemos para trás. És tudo que eu sempre quis, mas a vida entrou no meu caminho, és tudo que eu sempre quis e eu não sei como isso pode mudar. Eu sei que hoje ainda há algo a faltar: Nós dois.
- Eu lembro dos momentos marcantes que vivemos! Nossas palhaçadas, os abraços dele eram quentes, ele me aquecia, ele me fazia feliz como nunca ninguém mais fará um dia. Eu nunca o esquecerei e sempre lembrarei o que ele me disse antes de ir – “A conquista do coração está na mente de cada ser humano, Você estará na minha mente até meu último fôlego de vida”
- Eu te amo Jhef, você será sempre eterno! O meu eterno Jhef.

Hiago Lins. Fonseca
Editora Inteligente
2013
Eterno Jhef

Estará na votação do melhor livro em Dezembro.